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Indústria Brasileira de Árvores visita a Embrapa

Grupo conheceu as pesquisas na área de biotecnologia florestal


Grupo conheceu as pesquisas na área de biotecnologia florestal

O Brasil é um dos países com a maior vocação florestal do planeta. O País conta com mais de sete milhões de hectares plantados e faturou R$ 69 bilhões em 2015 com a produção de madeira, ocupando o posto de maior exportador de celulose de eucalipto do mundo. Os dados são da Indústria Brasileira de Árvores, a Ibá. A entidade representa 60 empresas e nove entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas, tais como painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa, além de produtores independentes de árvores plantadas e investidores financeiros. Em busca de mais informações sobre as pesquisas na área de biotecnologia florestal, 12 associados ao Ibá visitaram a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no último dia 05.

O grupo, que se reuniu com o presidente da Embrapa Dr. Maurício Lopes em maio deste ano, desta vez realizou uma visita técnica à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 46 unidades descentralizadas da Embrapa. Acompanhados pelo Diretor-Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Dr. Ladislau Martin Neto, eles assistiram a uma apresentação sobre "Pesquisas com seleção genômica ampla para eucalipto e outras espécies florestais" proferida pelo pesquisador Dario Grattapaglia, especialista no assunto.

"A utilização de tecnologias genômicas em programas de melhoramento de eucalipto de empresas brasileiras é hoje uma realidade", disse Grattapaglia. O pesquisador mencionou as principais tecnologias utilizadas atualmente pelo setor florestal, entre elas o uso de marcadores moleculares para a verificação da ancestralidade genômica dos clones, distância genética entre espécies, controle de qualidade da polinização e ainda para a seleção de novos clones de eucalipto pelas características quantitativas que podem vir a oferecer. "A análise de DNA é uma técnica integrada aos estudos de melhoramento", disse.

Grattapaglia falou de alguns projetos já executados pela Embrapa e pelo setor privado na área florestal, como o Genolyptus (2002-2008), que reuniu mais de 80 cientistas de 30 instituições em nove países e cujos esforços resultaram no sequenciamento completo do genoma do eucalipto; e o projeto Nextree (2010-2015) - Núcleo de Excelência em Genômica Florestal, que resultou na criação de plataformas de genotipagem e marcadores SNPs para florestas plantadas e nativas.

Em ambos os projetos, Grattapaglia destacou a importância da integração de grupos de pesquisa de diferentes instituições na busca de soluções para problemas práticos do setor florestal. "A colaboração com grandes empresas do setor para desenvolver tecnologias de análise genômica de alto desempenho é a chave para acelerar o melhoramento de árvores elite e chegar a populações geneticamente superiores", afirmou.

O pesquisador da Embrapa também apresentou o Chip de Genotipagem de Eucalipto, tecnologia recém-lançadas pela Embrapa capaz de reduzir em até 50% o tempo gasto no melhoramento genético de eucalipto. O chip, denominado EucHIP60k, permite a análise simultânea de 60 mil marcadores distribuídos por todo o genoma da planta e tem elevado potencial de aplicação no setor florestal de vários países, pois foi desenvolvido com base nas 10 espécies de eucalipto mais utilizadas em nível mundial.

Controle de pragas florestais

As pesquisas na área de controle biológico de pragas florestais realizadas pela Embrapa foram apresentadas pela pesquisadora Rose Monnerat. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe desde a década de 80 no desenvolvimento de tecnologias de controle biológico de pragas e, ao longo de mais de 30 anos, vem transferindo resultados ao setor produtivo para tornar as práticas agrícolas mais saudáveis e em consonância com o meio ambiente.

Monnerat falou sobre as pesquisas com os inseticidas biológicos para controle de pragas que atacam culturas agrícolas e mosquitos transmissores de doenças. A pesquisadora afirmou que está em busca de agentes de biocontrole para a principal praga do mogno, a "Broca do Mogno" (Hypsipyla grandella Zeller), cujo ataque provoca necrose no caule e consequentemente a redução da altura e sucessivas ramificações, tornando a madeira pouco ou não comercializável. "Há fortes indícios de que o controle biológico dessa praga pode ser feito com Bacillus thuringiensis, uma bactéria utilizada em diversos países há mais de 40 anos e cuja principal vantagem é ser específica para controlar o inseto-alvo e, portanto, completamente inofensiva a qualquer ser vivo", explicou a pesquisadora.

As bactérias utilizadas no desenvolvimento dos produtos biológico são oriundas do Banco de Bactérias Entomopatogênicas mantido pela Embrapa em Brasília (DF), que conta atualmente com uma coleção de 2.600 estirpes de bactérias tóxicas a diferentes insetos. O próximo passo, segundo Monnerat, será a criação de uma injeção de bioinseticida para aplicação direta no caule do mogno, principal área afetada pela Broca do Mogno.

Ibá reforça interesse em parceria com a Embrapa

A responsável pela área de relações externas da Ibá, Natália Canova, afirmou que a instituição tem interesse em cooperar com o fluxo de informações e ações de articulação com a Embrapa e as empresas do setor florestal brasileiro. "Temos o interesse de nos aproximar da Embrapa já há algum tempo e estamos abertos para fechar um acordo de cooperação ampla".

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