CI

Indústria de alimentação animal cresce 5% em 2004


A indústria de alimentação animal fecha 2004 com bons motivos para comemorar. O setor, que envolve fabricantes de rações balanceadas, alimentos para animais de estimação (pet food), premix, suplemento mineral e suprimentos, obteve, neste ano, produção de 43,4 milhões de toneladas, volume 5% superior ao de 2003, de acordo com dados do Sindirações (Sindicato Nacional da industrial de Alimentação Animal).

Segundo Mario Sergio Cutait, presidente do Sindirações, o crescimento foi motivado principalmente pelo ótimo desempenho da carne de frango no mercado mundial – a elevação da exportação foi de 20% em comparação com o registrado em 2003. “Além disso, tivemos a ajuda de boas safras de milho e soja nos últimos anos e o mercado interno está mais estável, o que permitiu aumento de 11% na produção de carne de frangos”. Outro fator que impulsionou nas exportações foi o ingresso do leite brasileiro em mercados tradicionais deste setor, com leite e seus derivados. Esta nova posição do Brasil de “fornecedor alternativo”, somada à maior demanda de leite, deve provocar a expansão da criação pecuária leiteira e a conseqüente movimentação no segmento de rações para estes animais.

O faturamento do setor em 2004 será US$ 8,4 bilhões. Deste montante, US$ 41,6 milhões foram provenientes de exportações, que envolveu cerca de 76 mil toneladas da produção dos segmentos de premix e pet food. Em 2003, as exportações atingiram US$ 32,8 milhões. “O mercado externo é algo novo para a indústria da alimentação animal mas já demonstra sua força. Tivemos um salto considerável de 2003 para 2004 e as perspectivas para 2005 são muito boas. O segmento de pet food do Sindicato, através de sua parceira Anfalpet, está selando uma parceria com a Apex (Agência de Promoção de Exportação), para um programa de fomento às exportações com o apoio do Ministério de Tecnologia, Indústria e Comércio Exterior”, conta Cutait.

O investimento da industria de alimentação para animais, ao longo de 2004 foi em torno de US$ 170 milhões, o que representa 2% do faturamento obtido no ano. Os recursos foram destinados à ampliação e automatização da capacidade produtiva, sobretudo em sistemas de controle de qualidade. “Isto mostra que nosso compromisso com Segurança Alimentar cresce a cada ano e acompanha os mais rigorosos padrões internacionais. O Brasil é celeiro mundial e tem que abastecer um mercado interno de dimensões continentais. Daí a importância de manter-se na vanguarda das tecnologias e práticas que garantam a produção de alimento animal seguro e, conseqüentemente, de alimento humano saudável, nutritivo e suficiente para todos”, esclarece Cutait. A produção brasileira de alimentos balanceados para animais é uma das maiores do mundo: 43,4 milhões de toneladas ao ano. O país só perde para os Estados Unidos (145 milhões de toneladas ao ano) e China (86 milhões de toneladas ao ano).

Desempenho por segmento

Entre os segmentos da indústria de alimentação animal, o de pet food obteve o maior crescimento. Os fabricantes aumentaram a produção em 11%, acima dos 7% inicialmente previstos. O faturamento foi de US$ 722 milhões, com US$ 15,9 milhões gerados por exportações. “E ainda podemos melhorar muito nossa performance. A venda de alimentos industrializados para cães e gatos cobre 41% da população animal brasileira. Na Europa, por exemplo, este número é de 86%”, observa Antônio de Miranda, presidente da Anfalpet (Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação).

O faturamento das empresas de rações balanceadas, também chamadas de rações comerciais (voltadas para criação de camarões, aves, suínos, gado, etc), alcançou ótimos resultados. Os fabricantes de suplementos minerais – cujo segmento é coordenado pela Asbram (Associação Brasileira da Indústria de Suplementos Minerais), e tem como presidente Mário Renck Real – obtiveram faturamento de US$ 330,1 milhões. Os suplementos minerais são utilizados na alimentação de bovinos. O segmento de premix, com exportação de US$ 25,7 milhões e faturamento de US$ 542,6 milhões, também teve uma boa performance.

Apesar do bom ritmo de desenvolvimento, o setor poderia ter se saído melhor não fossem alguns obstáculos. Além dos gargalos de infra-estrutura, representados por problemas de logística e armazenamento, o setor ressente-se de uma política mais clara do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento quanto a procedimentos de comércio exterior relativos ao controle de OGM, Organismos Geneticamente Modificados, e seus derivados, e proteínas animais. “A indefinição da legislação e pouco entendimento técnico por parte de agentes governamentais dificulta o comércio de vitaminas, enzimas e aminoácidos, bem como de ingredientes de origem animal, produtos indispensáveis à alimentação animal e de alto impacto no custo da proteína animal”, afirma Cutait. O resultado são prejuízos no mercado interno e perda de competitividade no cenário internacional.

Dificuldades à parte, as previsões para 2005 são otimistas. Há quatro anos o setor – que gera 62 mil empregos, entre diretos e indiretos – apresenta taxa de crescimento superior às médias mundiais. O Brasil cresceu em média 5% ao ano desde 2000 até 2004, enquanto a média de outros países no mesmo período foi de 3% ao ano. “A tendência é aumentarmos a taxa de crescimento para 8% em 2005 e termos investimentos na ordem de 2% sobre o faturamento”, prevê Cutait. Entre as metas para o próximo ano, a prioridade será concentrar o investimento em pesquisa, treinamento e implementação de programas de qualidade e segurança. Não é por outro motivo que o Brasil será sede, em julho, da primeira edição de um Congresso Mundial de Segurança Alimentar, organizado pelo Sindirações para a FAO/ONU (Food and Agricultural Organization/Organização das Nações Unidas).

Manter o consumo interno aquecido e buscar novos mercados lá fora são dois dos principais desafios do setor no ano que vem. Estudos do SINDIRAÇÕES indicam dois mercados externos promissores: a Europa, para alimentos para animais de estimação, e América do Sul, para os produtores de premix. A expectativa é que os segmentos de pet food, bovinicultura para leite e aqüicultura sejam os destaques de 2005. Também é esperada uma retomada da suinocultura que, em 2004 teve um ano de ajustamento de seus plantéis em relação à demanda do mercado interno e de exportação, e no próximo ano deverá crescer. Quanto à safra de grãos, números já divulgados apontam redução no plantio de milho e elevação no plantio de soja. “Mas estas oscilações não preocupam o setor e nem devem comprometer o seu desempenho em 2005. Temos tudo para conseguir mais um ano com números positivos”, finaliza Cutait. As informações são da assessoria de imprensa do Sindirações.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.