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Indústria e IEA divergem sobre a safra de laranja


A Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), entidade que representa as indústrias de suco de laranja congelado e concentrado, contesta a estimativa de produção de laranjas em São Paulo feita pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Para a indústria, a produção de laranjas 2003/04 oscilará entre 276 milhões e 285 milhões de caixas de 40,8 quilos, 20% inferior à previsão oficial, divulgada na última semana, de 348,8 milhões de caixas.

Segundo o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia, o levantamento das indústrias leva em conta um universo de algo entre 150 milhões e 155 milhões de árvores produtivas, com uma produtividade média de 1,84 caixa por pé. "É uma das menores produtividades da história recente, em razão da seca severa no período de floração do ano passado", afirma ele.

Segundo o executivo, como a produtividade média divulgada pelo IEA é de 1,87 caixa por pé, "a previsão oficial leva em conta um número de 187 milhões de pés de laranja, que não existem", diz.

O instituto paulista confirma as previsões. Segundo Nelson Martin, pesquisador do IEA, os números estão corretos e levam em conta a produção de laranja em todo o estado, e não apenas nas regiões onde se concentram as indústrias esmagadoras. No entanto, informa o pesquisador, a expectativa é de que os números sejam revistos para baixo por conta de problemas climáticos, e atinjam 338 milhões de caixas. Ou seja, ainda significa uma previsão bem superior à efetuada pela indústria.

Entre as regiões citadas por Martin que não se referem à industrialização, e por isso não passíveis do levantamento da Abecitrus, estão municípios ao longo da Rodovia Castello Branco, como Itapetininga, Sorocaba, Botucatu, Santa Cruz do Rio Pardo, além de outras regiões como Presidente Prudente.

Minas Gerais

Ademerval Garcia, da Abecitrus, rebate o argumento e alega que as indústrias fazem levantamento de municípios produtores de laranja de Minas Gerais, o que acabaria compensando os números referentes àquelas regiões de São Paulo que não são contempladas pela Abecitrus. "Se as regiões produtoras de laranja em Presidente Prudente, Botucatu e Dracena estivessem realmente produzindo todo o volume alegado pelo IEA, as empresas do setor já teriam construído uma fábrica no local."

Na opinião de Martin, porém, a produção de Minas Gerais não ultrapassa 15 milhões de caixas.

A indústria de suco de laranja exporta anualmente cerca de US$ 1,3 bilhão, segundo a Abecitrus.

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