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Indústrias de café descartam desabastecimento no país mesmo com quebra de safra

Estoques existentes serão suficientes


As indústrias de café do Brasil descartam problemas de abastecimento e estimam que a safra de 2014 no país e os estoques existentes serão suficientes para abastecer o mercado interno e as exportações, mesmo que ocorra uma quebra na colheita em função do clima quente e seco desde o início do ano.

Também não há elementos para acreditar numa piora generalizada na qualidade do café nesta temporada, disse nesta quinta-feira a associação que representa as empresas do setor.

"O que se vai colher será suficiente para abastecer o mercado interno e a exportação", afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, em entrevista a jornalistas.

A safra que será colhida nos próximos meses deve ficar em cerca de 47 milhões de sacas, disseram executivos da entidade em evento na quinta-feira (10.04), com perdas de 14 por cento ante o potencial inicial da temporada, citando estimativas do Conselho Nacional do Café (entidade ligada aos produtores).

Em 2013, o Brasil exportou cerca de 31 milhões de sacas e consumiu outras 20 milhões de sacas, segundos dados da Abic e dos exportadores.

O volume dos estoques mantidos por empresas privadas no país é sempre motivo de questionamentos, mas o levantamento oficial mais recente --ainda referente a março de 2013-- apontava reserva considerável: 14 milhões de sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

"Os estoques e a safra abastecerão as indústrias e as exportações", disse o vice-Presidente de Qualidade da Abic, Pavel Monteiro Cardoso.

Qualidade

As indústrias brasileiras também acreditam que ainda não há elementos para preocupação quanto à qualidade do café a ser colhido.

Alguns exportadores de café verde têm posição divergente, afirmando que a qualidade dos grãos de 2014 foi muito afetada pela seca e que compradores do produto brasileiro podem ter dificuldade para compor seus "blends" (misturas).

Segundo a Abic, ainda não é possível avaliar os efeitos positivos da chuva que caiu após o longo período seco do início do ano em regiões produtoras de café arábica do Sudeste.

"Algumas regiões tiveram um prejuízo maior, mas ainda não se sabe qual é a extensão disso", disse Herszkowicz. "No começo da colheita, a verdade vai aparecer. Não queremos dramatizar demais o assunto, porque não temos elementos para dizer isso."

A colheita de café arábica, que responde pela maior parte da produção do Brasil, deverá ser antecipada este ano por conta da seca, com maiores volumes sendo registrados a partir de maio.

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