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Indústrias movimentam bacia leiteira gaúcha

Antes mesmo da concretização de todos os empreendimentos, as indústrias já trabalham com uma ociosidade média de 20%


A onda de novos investimentos em unidades leiteiras no Rio Grande do Sul, além do aspecto de geração de renda aos municípios-sede e criação de postos de trabalho, também tem o objetivo de fomentar a produção gaúcha. Isso porque, a instalação das plantas da Italac, em Passo Fundo, CCGL, em Cruz Alta, Nestlé, em Palmeira das Missões, Bom Gosto, em Tapejara, Embaré, em Sarandi e a Cosulati, em Capão do Leão, exigirá aumento da produção em índices superiores à atual capacidade produtiva do Estado. Antes mesmo da concretização de todos os empreendimentos, as indústrias já trabalham com uma ociosidade média de 20%.


Agora, novos investidores vêm também com o objetivo de colaborar para o incremento da produção de forma a atender à demanda das fábricas. Na corrida pelo fomento à bacia leiteira está a neozelandesa PGG Wrightson e a Parmalat, que anunciaram recentemente a intenção de direcionar recursos para unidades produtoras no Estado. A PGG Wrightson é especializada em produção de leite com foco com tecnologias que visam ao aumento de produtividade por meio do uso de pastagens especiais.

Segundo o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), Josué de Souza Barbosa, a empresa já mantém sociedade com a Conaprole, no Uruguai, e agora quer entrar no mercado brasileiro, leia-se Rio Grande do Sul. A proximidade do Estado com o país vizinho é considerado fator determinante para a Conaprole. A empresa ainda não definiu a cidade onde será instalada a unidade, mas deve ficar próxima à fronteira. "Para nós, essa possibilidade de investimento é muito importante. Nossas indústrias estão aumentando a capacidade de produção e melhorando a produtividade", afirmou Barbosa, embora a Conaprole não tenha revelado o valor do investimento e nem a quantidade de empregos a serem gerados.

Considerada líder mundial do setor de sementes de forragem e implementação de pasto em fazendas, a PGG opera com prestação de serviços agrícolas na Nova Zelândia e na América do Sul. Desde agosto do ano passado mantém na cidade de Rocha, no Uruguai, cinco fazendas leiteiras. Até setembro deste ano, pretende instalar outras quatro fazendas, para produzir ao todo 5 milhões de litros de leite por mês.

A Parmalat, controlada pela Laep Investimentos, também tornou público o interesse em incrementar a produção de leite do Estado. Para tanto, adquiriu uma propriedade de 2.548 hectares em Alegrete, no valor de R$ 11,46 milhões, onde serão criadas vacas da raça holandesa. A área está a 653 km da fazenda adquirida no Uruguai e cerca de 250 km da fábrica da Parmalat localizada em Carazinho. A aquisição faz parte da estratégia da empresa de integrar a cadeia produtiva do leite para produzir leite de maior qualidade por meio de animais mais produtivos e de melhor genética. Com a aquisição, a Laep pretende acelerar o processo de produção de leite cru de qualidade, em regiões como a de Alegrete, onde existe alta demanda, proximidade com os mercados consumidores e baixo potencial de integração.

Outra novidade para o setor foi o anúncio de R$ 30 milhões que serão aplicados pela Renner Herrmann, de Porto Alegre, na área de alimentos lácteos. A planta a ser construída ainda este ano no Estado, provavelmente no Alto Uruguai. A princípio, o projeto terá 5 mil m² de área construída e a promessa é de criar 100 postos de trabalho. A empresa pretende transformar em pó 1,5 milhão de litros por dia de soro de leite.

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