Infecção bacteriana em porcos é descriptografada
Estudo foi feito na Suíça

O Instituto de Patologia Animal da Universidade de Berna, na Suíça, está investigando uma infecção intestinal em porcos causada por Clostridium perfringens, descriptografando-a. Há 10 anos, eles foram capazes de demonstrar que a toxina produzida pela bactéria, a chamada toxina beta, mata as células vasculares e, portanto, causa sangramento no intestino do leitão.
Até agora, no entanto, não estava claro por que a toxina visava especificamente essas células e não outras. Julia Bruggisser, bioquímica e estudante de doutorado no Instituto de Patologia Animal, conseguiu resolver o quebra-cabeça desse mecanismo em uma colaboração interdisciplinar entre três faculdades. Os resultados do estudo foram publicados na revista Cell Host & Microbe.
O papel real da molécula CD31 é regular a interação entre células inflamatórias e vasos sanguíneos. Ocorre predominantemente nas células dentro dos vasos sanguíneos, as chamadas células endoteliais.
Durante as experiências, observou-se que CD31 e toxina beta estão distribuídas quase de forma idêntica nessas células. "Nosso projeto foi o resultado dessa observação inicial", diz Julia Bruggisser. Como a toxina beta está entre as toxinas que formam os poros, ela perfura a membrana celular e mata as células endoteliais, o que danifica os vasos e sangra no intestino.
A colaboração entre vários grupos de pesquisa da Universidade de Berna foi essencial para o sucesso do projeto. “Para minha pesquisa, trabalho em três laboratórios universitários. Embora seja um desafio, eu aprendo muito e, acima de tudo, é divertido”, diz Julia Bruggisser. Além da patologia animal, ela também trabalha com grupos liderados por Britta Engelhardt (Instituto Theodor-Kocher) e Christoph von Ballmoos (Departamento de Química e Bioquímica).