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Inflação dos alimentos começa a ceder

Análise do economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos


O Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central divulgado nesta semana indica, nas entrelinhas, que haverá queda da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) por conta do arrefecimento na inflação dos alimentos. Esta é a avaliação do economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos.
 
“Detalhando a inflação, o BC acredita que a alta dos preços dos alimentos está começando a abrandar (eu falo há muito tempo que esse setor ia ser ‘a pedra no sapato’ do combate à inflação em 2016), e este foi um dos fatores responsáveis pela queda no último mês. No relatório está escrito: ‘De fato, uma parte da resistência recente à queda da inflação corrente parece ter sido causada por choques temporários nos preços de alimentos’. A minha interpretação é: inflação de alimentos está entrando no eixo”, analisa Cabral em seu Blog “Economia à vista”.

Segundo ele, está mais do que na hora do governo baixar os juros justamente por esse abrandamento na inflação de alimentos. O economista aponta ainda que a alta de preços dos demais itens também começa a suavizar e o desemprego e a capacidade ociosa não pressionam os custos de produção em uma esperada retomada da economia. Por fim, afirma que o real está controlado e não deve ficar pressionado tão cedo.

“O lado ruim é a reforma fiscal, que ainda precisa mostrar sua cara. Sem contar que um corte nas taxas de juros ajudaria a economia, pois diminuiria levemente os gastos de emissão, dando mais fôlego para o governo negociar a reforma fiscal. Se eu fosse o Banco Central já cortaria 0,5 ponto percentual ao ano na próxima reunião e jogaria a pressão no colo do governo/Congresso, como quem diz: ‘eu comecei a fazer a minha parte. Agora cabe a vocês fazerem as reformas, que eu derrubo os juros de maneira mais agressiva’”, conclui.

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