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Influenza Aviária volta a assustar o mundo

Não custa lembrar, o caso inicial ocorrido nos EUA em 2014 e que levou ao sacrifício de milhões de aves e à perda de grande parte do mercado exportador


A avicultura europeia vive, no momento, o mesmo clima de tensão enfrentado há cerca de 10 anos (2005/2006), quando o vírus da Influenza Aviária (IA) atingiu vários países do “Velho Mundo” e se tornou caso de saúde pública, pois, no continente, foram registrados casos de vítimas humanas, alguns fatais.

O que muda agora é a cepa viral. Na década passada quem afetou praticamente todo o Hemisfério Norte foi a cepa H5N1 do vírus da IA. Neste momento – e particularmente nos últimos meses, com o outono setentrional e a aproximação do inverno – o que vem predominando é a cepa H5N8, também de alta patogenicidade. Mas ainda se registram casos, esparsos, de H5N1, especialmente na África.

Por falar em África, novamente se constata a disseminação do vírus pela maior parte do Hemisfério Norte. Pois quatro continentes estão envolvidos nos surtos de 2016. Ou seja: além da Europa, África e Ásia (onde a IA é considerada endêmica), também a América do Norte. Neste caso, o país afetado é o Canadá. 

Rápido levantamento indica que pelo menos 27 países oficializaram à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a detecção do vírus em seu território. Mas esse número tende a aumentar com a chegada do inverno boreal, período mais crítico de disseminação da Influenza. 

A Inglaterra, por exemplo, que até aqui não efetuou qualquer isolamento do gênero, pode ser um dos próximos integrantes da lista. É que a mais recente detecção do vírus ocorreu em Calais, na França, situada a menos de 30 milhas do porto inglês de Dover – dois pontos de ligação do transporte de bens do continente europeu para o mercado britânico.

Falando à imprensa local sobre a questão, porta-voz da instituição pública inglesa responsável pela vigilância sanitária ressaltou que todas as medidas de biosseguridade estão sendo aplicadas às mercadorias que chegam ao porto de Dover. Mas também antecipou que elas podem ser inúteis: como o surto francês foi ocasionado por patos selvagens, nada impede que aves infectadas voem para o território britânico. Afinal, (menos de) 50 km pouco representam para quem migra por milhares e milhares de quilômetros.

A ressaltar, em relação ao caso canadense (envolvendo patos de uma província de Ontário), que ele ocorreu há mais de 90 dias. Por essa razão, ontem, 30 de novembro, as autoridades sanitárias do Canadá voltaram a declarar o país livre da Influenza Aviária. 

Que assim permaneça – é a torcida. Pois, não custa lembrar, o caso inicial ocorrido nos EUA em 2014 e que levou ao sacrifício de milhões de aves e à perda de grande parte do mercado exportador (de frangos, ovos e reprodutores) foi detectado em meados de dezembro. Quer dizer: chegou, praticamente, com o inverno.

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