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Inseminação artificial em tempo fixo x rentabilidade

É preciso ter um plano estratégico, para que o negócio seja rentável e sustentável, tanto na área econômica como ambiental


O objetivo deste artigo é expor uma visão unificada dos assuntos: inseminação artificial em tempo fixo (IATF), melhoramento genético, cruzamentos e, ainda, discutir possibilidades de combinação destas biotecnias e estratégias para ampliar benefícios econômicos.

A IATF é um grande divisor de águas na pecuária de corte, que veio viabilizar o emprego da inseminação artificial em larga escala nos rebanhos comerciais. Uma prova são os números de comercialização de doses de corte apresentados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), nos quais em 2009, registrou-se a venda de 4.488.285 doses de corte e em 2014 mais de 7 milhões, crescimento de 58,5% em cinco anos.

Um dos fatores, que tem contribuído pela crescente massificação da IATF e o crescimento exponencial ano após ano, é a redução de custos dos fármacos utilizados no mercado nacional pelas empresas especializadas em reprodução animal. Este trabalho só tem obtido êxito, porque diversos especialistas brasileiros "mergulharam" na compreensão das particularidades reprodutivas das vacas e das novilhas Nelore; aperfeiçoaram estratégias, protocolos, dosagens e combinações de hormônios para sincronização de ovulações.

Na IATF os custos de medicamentos, mão de obra e sêmen são rapidamente recuperados, porque a biotecnologia proporciona um aumento da fertilidade visível nos rebanhos. Este fato ocorre devido à quebra do anestro (inatividade sexual), que o tratamento hormonal proporciona a um número significativo de vacas e novilhas. A taxa de desmama em um rebanho submetido à IATF – depois repassado por touros em monta natural – é significativamente superior em relação à taxa obtida em um gado em que realizou somente a monta natural.

O criador não deve atentar-se apenas à produção de um bezerro/ano, mas buscar cada vez mais a eficiência reprodutiva. É preciso ter um plano estratégico, para que o negócio seja rentável e sustentável, tanto na área econômica como ambiental.

Algumas decisões são importantes dentro do sistema de produção. Primeiro de tudo, é primordial traçar objetivos muito claros antes de começar uma estação de monta, por exemplo: saber quando inicia a estação de monta x duração da estação;
que tipo de animal/gado a fazenda irá produzir e qual tipo de sêmen será utilizado na IATF; determinar o objetivo real desta produção (reposição, venda na desmama, ciclo completo); definir o cruzamento a ser utilizado pela fazenda (Nelore x Nelore; cruzamento industrial ou terminal); focar no público alvo da fazenda (frigoríficos e clientes).

Para o bom desempenho, é imprescindível que o pecuarista tenha o maior número possível de informação à disposição. Analise minuciosamente os índices e sumários das raças, porque trazem informações importantíssimas dos touros, que foram destaques para cada característica dentro da raça. Desta forma é possível escolher sêmen e touros que atenderão às necessidades de sua propriedade, produzindo futuros descendentes.

A reposição de fêmeas do rebanho é outro fator importante, porque irá impactar no aumento de peso no desmame de seus animais; no acréscimo do peso anual; na terminação; na qualidade de carcaça dentro de cada objetivo de seleção e gerando maior conversão alimentar.

Está mais que comprovado, desde que seja bem planejado, que o uso da IATF traz inúmeros benefícios à fazenda no sistema de cria: reduz o número de touros; os animais que irão nascer custeiam todas estas despesas iniciais desta biotecnologia, além da fazenda dispor de um melhoramento genético em um breve espaço de tempo.

Eduardo Alexandre Fey é Médico Veterinário e supervisor técnico comercial da Semex no GO, DF e SC.

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