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Instabilidade climática faz crescer procura por seguro rural em Mato Grosso

Diante da crescente demanda, corretoras de seguros investem em propostas diferenciadas como indenizar por talhão atingido


Segundo meteorologistas, após quase 30 anos de clima estável e regular para as lavouras, o Mato Grosso vem registrando muita instabilidade climática nos últimos três ciclos, primeiro com excesso de chuva, depois com a falta de chuva e por último, com a seca severa que atingiu duramente as lavouras de soja e milho no Estado. Frente a este cenário, o seguro rural aparece como uma estratégica eficaz para evitar os prejuízos causados pelo clima. Tanto, que em 2011 a área assegurada no país era de 4,48 milhões de hectares, de acordo com dados do Atlas do Seguro Rural, do Ministério da Agricultura, e em 2014 este número chegou a 9,91 milhões de hectares.
 
Diante dos problemas causados pelas mudanças climáticas registradas no centro do país, especialmente em Mato Grosso, vem crescendo o interesse do produtor para a importância e necessidade do seguro rural. Na última safra, por exemplo, a produção de soja mato-grossense foi duramente afetada pela falta de chuva. Muitas propriedades chegaram a produzir até cinco vezes menos devido à seca que atingiu o Estado durante os meses de novembro e dezembro do ano passado, período em que muitas lavouras estavam na fase de enchimento de grãos e precisavam de água para garantir a produtividade. “Estamos observando que a cada safra cresce o interesse do produtor pela aquisição do seguro rural e não temos dúvidas que muito disso se deve à crescente instabilidade climática que vem afetando a região”, revela o especialista em seguro rural, Otavio Simch, diretor da Tovese Corretora de Seguros.
 
No entanto, o especialista lembra que o produtor deve ter atenção na hora da contratação do seguro e pesquisar alternativas diferenciadas de propostas disponíveis no mercado. Uma das opções é o seguro por talhão, que apresenta melhor retorno do que o realizado por média da propriedade. O custo entre as duas modalidades é quase o mesmo, mas enquanto a primeira opção considera apenas a parcela da propriedade atingida, a segunda faz uma média geral da área contratada. “Existem propostas que chegam a garantir R$ 3 mil por hectare de soja ou de 38 a 41 sacos por hectare. O produtor precisa olhar o seguro como investimento e avaliar o que vai receber lá na frente na hora de ter algum sinistro", observa Simch.
 
Atualmente, de acordo com a Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais, apenas 15% da produção é segurada. Nos Estados Unidos, o percentual é inverso: 85%. De acordo com especialistas do setor, um dos problemas que ainda atrapalham o avanço da contratação é o dos recursos liberados para a subvenção – contrapartida a ser paga pelo governo. Nas últimas safras, o cobertor tem sido curto. O montante liberado é inferior à necessidade. Para este ano, a previsão de subvenção do governo federal para os agricultores é de R$ 400 milhões, 0,2% do orçamento do Plano Safra.
   
 

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