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Instabilidade política dispara Dólar e Soja deve subir

Com o Dólar nas alturas, a soja brasileira acaba sendo mais atrativa ao mercado mundial


Foto: AG. Brasil

A renúncia do ministro da Justiça, Sergio Moro, detonou uma forte disparada do Dólar, que chegou a bater os R$ 5,70 no final da manhã desta sexta-feira (24.04). De acordo com o analista Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, a instabilidade política afeta diretamente no modo como o mercado vê o País. 

De acordo com o especialista, o fato deve provocar, de quebra, uma alta da soja também, uma vez que o preço da commodity tem na moeda norte-americana um dos fundamentos para sua formação de preço. Com o Dólar nas alturas, a soja brasileira acaba sendo mais atrativa ao mercado mundial.

De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, os “atritos políticos no Brasil disparam incertezas no horizonte de curto prazo”. Segundo eles, a reação dos mercados ocorre em função das "expectativas negativas entre atrito na administração do presidente Jair Bolsonaro".

“Eu não tenho problema de trocar o diretor da Polícia Federal, mas eu preciso de uma causa. Erro, problemas, falta de resultado. Não foi o caso. O trabalho vinha sendo feito, e vinha sendo positivo. Não é questão de nomes […] O grande problema é a violação da promessa de que eu teria ‘carta branca’. Está claro que há uma interferência política na Polícia Federal, na efetividade da operação”, disse Moro. 

“Falei ao presidente que seria uma interferência política, e ele admitiu que era mesmo, que queria alguém com quem pudesse ligar para saber informações das investigações. A despeito de todos os problemas de corrupção durante a ‘Lava Jato’, não houve esse tipo de coisa nas administrações anteriores. Sugeri a substituição por alguém técnico, da própria Polícia Federal, de carreira e de confiança. Não obtive resposta, o presidente tem preferências pessoais”, concluiu o ministro de mais prestígio popular do governo Bolsonaro.

Especialistas acreditam que são sérias as acusações levantadas por Sergio Moro, e que está aberto o caminho para o impeachment do presidente Bolsonaro. O ministro do STF José Celso de Mello se manifestou que o quadro é muito grave, dizendo que a PF "não é polícia do governo, e sim de Estado. Temos que admitir que o próximo indicado não chega com independência".

Celso de Mello não quis confirmar se há base para o impeachment, e quem deve se manifestar sobre esse processo é o Poder Legislativo e o Procurador-Geral da República. 

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