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Instituto crescer legal promove encontros sobre direitos da população rural

Curso tem duração de um ano, com 4 horas diárias de segunda a sexta-feira, totalizando 920 horas de atividades teóricas e práticas em gestão


Uma série de encontros estão sendo organizados pela equipe pedagógica do Instituto Crescer Legal nos municípios de abrangência do Programa de Aprendizagem Profissional Rural para tratar sobre o acesso e a garantia dos direitos da população rural, em especial para as crianças e adolescentes. As atividades fazem parte do primeiro eixo pedagógico do curso Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural, sobre o estudo e análise das propriedades rurais. Em Linha Alto Castelhano, interior de Vale do Sol (RS), os encontros foram realizados nos dias 6 e 9 de abril, e acompanhados pelo educador Adriano Emmel. “O objetivo foi repensar a identidade enquanto jovem rural, no contexto familiar e no reconhecimento da propriedade em sua amplitude”, diz Emmel.

No dia 6 de abril, o Conselho Tutelar do município, representado pelas conselheiras tutelares Júlia Macedo e Lisane Melz, relatou aos jovens aprendizes o seu papel na sociedade, as ações desenvolvidas para a garantia do direito de crianças e adolescentes no município. Na ocasião foram discutidos temas como trabalho infantil, alcoolismo, drogas, abandono de incapaz, evasão escolar, entre outros. “A participação do Conselho tutelar foi extremamente importante para nosso aprendizado, pois esclareceu muitas dúvidas e desfez a visão negativa que a sociedade acaba impondo sobre o que é o Conselho tutelar. Fez com que nós aprendizes olhássemos de outra forma, que ele existe para ajudar e proteger crianças e adolescentes”, avaliou a aprendiz Camila dos Santos.

Já no dia 9 de abril, o Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras, representado pelo presidente Renato Goerck e a assistente social Salete Faber, abordou a busca pela garantia de interesses e acesso a serviços aos agricultores familiares. Segundo Goerck, o sindicato informa e viabiliza ao agricultor serviços como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), assistência previdenciária, médica e odontológica, e oferta de cursos para ampliar o conhecimento no campo e diversificar a renda. Proporciona também acesso a políticas públicas voltadas para o meio rural, com destaque para a produção e a comercialização de alimentos (PNAE e PAA) e a de habitação rural (PNHR).

Na ocasião Salete evidenciou que por representar uma organização civil no município, o sindicato está à frente do Conselho Municipal da Criança e Adolescente (COMDICA) em Vale do Sol, no qual a mesma é presidente. Segundo ela, esta seria mais uma maneira de olhar pela população rural, principalmente as crianças e adolescentes do município.

A aprendiz Daniela Ramm avaliou como positiva a participação do sindicato. “O que mais me chamou atenção foi a discussão dos direitos previdenciários, a aposentadoria rural. Mesmo sendo jovem, é importante pensar no futuro”, reflete.

Segundo a coordenadora do Instituto, Nádia Fengler Solf, parcerias estão sendo articuladas pela coordenação pedagógica e os educadores sociais do Instituto nos municípios de Boqueirão do Leão, Candelária, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Venâncio Aires e Vera Cruz, com o intuito de contribuir na formação dos aprendizes.

Saiba mais – O curso Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural, iniciativa do Instituto Crescer Legal, está sendo realizado em sete municípios gaúchos em 2018, com envolvimento de cerca de 140 jovens rurais: Boqueirão do Leão, Candelária, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, Venâncio Aires e Vera Cruz. Com idades entre 15 e 18 anos, os adolescentes que participam do programa são contratados como aprendizes e recebem remuneração e certificação de acordo com a Lei de Aprendizagem (Lei 10.097/2000 e Decreto 5598/2005). Os jovens foram selecionados entre as famílias de produtores e trabalhadores rurais das localidades com o auxílio dos orientadores e instrutores das empresas associadas ao Instituto Crescer Legal, escolas e rede de assistência.

O curso tem duração de um ano, com 4 horas diárias de segunda a sexta-feira, totalizando 920 horas de atividades teóricas e práticas em gestão. Toda a carga horária é cumprida na instituição parceira, junto à família, na comunidade, em visitas pedagógicas e técnicas. No programa das atividades consta o estudo e análise das propriedades rurais, diagnóstico do município e da região com estudos dos arranjos produtivos locais e mapeamento das parcerias locais e alianças estratégicas. Os adolescentes também vão desenvolver trabalhos em grupo envolvendo as famílias e a comunidade e estudos de viabilidade de desenvolvimento de produtos de gestão no meio rural.

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