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Integração Lavoura, Pecuária e Floresta revolucionando o agronegócio brasileiro

Potencialidades do sistema foram apresentadas durante Fórum


Potencialidades do sistema foram apresentadas durante o Fórum ABAG-Cocamar

As vantagens e potencialidades do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) foram abordadas durante o XXIII Fórum ABAG-Cocamar, na última sexta-feira (18), em Maringá (PR). Fruto de uma parceria entre a Associação Brasileira do Agronegócio e a Cooperativa Agroindustrial, o evento contou com cerca de 500 participantes, entre lideranças, pesquisadores, produtores e convidados.

A ILPF apresenta-se como uma alternativa para recuperar as áreas degradadas e aumentar de forma significativa os índices de produtividade. Através da rotação entre as culturas, o sistema contempla todos os pilares do desenvolvimento sustentável, gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais.

O presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Luiz Lourenço, destacou o evento como uma ocasião especial, enfatizando a importância do sistema integrado e a necessidade de difundir a prática que ainda é desconhecida para uma grande parcela de produtores do país. A importância do Fórum como uma ferramenta para difundir e levar informação e conhecimento aos produtores foi ressaltada também pelo presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, lembrando que a integração tem o poder de transformar economicamente uma região.

Segundo o pesquisador da Embrapa, João Kluthcouski, existe no Brasil dois milhões de hectares onde é realizada alguma forma de integração e mais 100 milhões de hectares de pastos ainda degradados. Apresentando um estudo de caso da Fazenda Santa Brígida, localizada em Ipameri (GO), ressaltou que a ILPF vai ser a maior das revoluções verdes no mundo todo. Com a introdução do sistema, a propriedade passou a produzir o ano todo e é considerada uma referência em manejo sustentável no país. “Tenho alta produtividade no grão e na carne. É um sistema perfeito!”, confirma a proprietária, Marize Porto Costa.

De acordo com pesquisas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a integração é realizada no estado há quase 20 anos. Conforme o pesquisador Sérgio José Alves, há pelo menos 300 mil hectares onde essa técnica já é desenvolvida. “Mesmo em ano de clima ruim se ganha dinheiro com o sistema integrado. A média de produtividade de soja, nos últimos anos, tem sido de 46 sacas por hectare, com aumento do número de unidades animal (UA) de 1 para 2,5 no verão e 8 no inverno”, diz Alves. A principal estação de experimentos do Iapar fica em Xambrê, na região de Umuarama.

O produtor Antonio Cesar Pacheco Formighieri, proprietário da fazenda Santa Felicidade, em Maria Helena, partilhou sua experiência com o trabalho de recuperação das pastagens através do sistema de integração. Citando paradigmas apontados por muitos como empecilhos para a produção agrícola na região Noroeste do Paraná, ele diz que o arenito, ao contrario, tem um grande potencial. “Solo recuperado é garantia de sucesso, tanto na agricultura quanto na pecuária. A ILPF em minha opinião é a forma mais inteligente, sustentável e eficiente de recuperar os solos degradados do arenito”, assegura.

Pioneiro do Plantio Direto na América de Sul e presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, Herbert Bartz, de Rolândia, também marcou presença no evento e falou sobre o desenvolvimento da prática que abrange hoje 25 milhões de hectares, consolidando o Brasil como uma referência mundial no sistema. “Como eu fui um dos iniciadores, eu me sinto privilegiado e plenamente realizado pelo simples fato que, essa realidade que nós vivemos hoje, ultrapassa em mil por cento minhas mais audaciosas esperanças”, disse.

Fechando o evento, o vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias, falou sobre o crescimento mundial da população e a demanda por alimento nos próximos anos, destacando a oportunidade de negócio para os produtores brasileiros. Frisou sobre o programa de financiamento para Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC) do governo federal, disponibilizado a juros de 6,75% ao ano, com oito a doze anos para quitação. Na ocasião, Dias também sinalizou que as taxas de juros do Plano Safra 2012/13, que deverá ser anunciado no dia 1º de julho, poderão ser reduzidas. “A proposta já existe e precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para vigorar no próximo Plano Safra", disse.
 
*A jornalista viajou a convite da Mecânica de Comunicação.

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