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Inverno auxilia na produção de São Paulo e preços caem

O produto que apresentou maior queda foi o tomate



A ausência de chuvas e de frio em excesso neste inverno colaborou para a recuperação dos cultivos paulistas, prejudicados pela estiagem ocorrida até fevereiro deste ano. Com um avanço na produção, o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) registrou queda de 3,47% em junho, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura. Caso a atual condição climática permaneça, os preços devem seguir recuando.

Os produtos que apresentaram as maiores quedas foram o tomate para mesa, que recuou 36,74%, a batata, com baixa de 36,42%, e o feijão, que caiu 26,59% ante os valores do mês anterior.

Entretanto, o pesquisador do IEA, José Alberto Angelo, explica que algumas culturas tiveram quedas menores, porém, são mais representativas na composição do índice, como o algodão, que teve baixa de 8,46%.

"Os preços estão voltando para a sua normalidade, uma vez que o inverno não está tão rigoroso. O tomate, por exemplo, além do privilégio do clima, sazonalmente é mais produzido nesta época, na região de Campinas", diz.

Para a batata, mesmo com a redução de área presenciada na safra de inverno paulista, com a falta de recursos hídricos, a disponibilidade do produto advindo de colheitas paranaenses e mineiras barateou o valor recebido pela saca de 50 quilos.

Outras culturas que apresentaram quedas de preços no período foram: banana nanica (20,98%), laranja para mesa (10,89%), café (9,10%), algodão (8,46%), milho (8,16%), ovos (6,66%), trigo (6,12%), carne bovina (2,53%), cana de açúcar (2,19%), soja (1,02%), carne de frango (0,89%) e leite cru resfriado (0,67%).

"No caso dos grãos como café, milho, soja e trigo, o recuo das cotações internas seguiu o ritmo das bolsas no mercado externo. Estes produtos acompanham o movimento das commodities que apresentaram desvalorização no período", avalia Angelo.

De acordo com o especialista e o também pesquisador do instituto, Danton Bini, repete-se o cenário de quedas de valores ocorrido no mês de maio para grande parte dos produtos, visto que entre março e abril os preços registraram altas significativas, ora causadas pelo clima ora pela escassez de oferta do produto.

"Caso o inverno se mantenha nestes níveis, os preços devem continuar caindo, mas só poderemos fazer uma avaliação mais concreta no final do mês, contabilizando os preços praticados em julho", comenta Angelo.

Altas

Na ponta positiva, a laranja para indústria, o amendoim, arroz e carne suína foram os produtos que apresentaram alta de preço.

Na laranja para indústria, o valor da caixa vendida para indústria de São Paulo no mercado de venda direta (spot) teve ligeira alta no mês de junho, mais precisamente nas regiões do interior como Barretos e Jaboticabal.

"Essas laranjas comercializadas são de produtores sem contrato com a indústria, entregue a partir de meados de junho, com poucos negócios efetivados. Apesar da alta no período, observa-se também o recuo das cotações no final do mês", dizem os analistas.

Acumulado

No acumulado dos últimos 12 meses, o IqPR registrou variação positiva de 15,37%. Os produtos que tiveram preços com incrementos em patamares mais elevados (acima da inflação) foram a laranja para indústria, com avanço de 50,76%, seguida pelo café, que marcou alta de 37,24%, a banana nanica, com ganhos de 31,37%, a carne bovina, que avançou 24,16%, e carne suína, com alta de 22,72%.

Do outro lado, algumas das principais baixas foram registradas nas mesmas culturas que caíram no índice de junho. O feijão liderou o campo negativo com perdas de 49,47%. Em seguida, a batata perdeu 39,04% e o tomate para mesa recuou 31,31%. O algodão teve baixa de 6,81% e os ovos caíram 2,47%.

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