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Investigação isenta empresa operação aérea contra mosquitos de responsabilidade em morte de abelhas nos EUA

Relatório da investigação em Dochester County foi entregue no início do mês ao governo municipal


Uma investigação encabeçada pelo Departamento de Regulação de Pesticidas (DPR, na sigla em inglês) da Universidade de Clemson, em Dochester County, na Carolina do Sul, isentou de culpa o governo local e a empresa aeroagrícola Alen Aviation no caso da morte de abelhas ocorrida durante uma operação contra mosquitos no final de agosto. Para o DPR, a falha na operação nos Estados Unidos foi de um apicultor, que não atendeu as orientações para fechar as colmeias. Paralelamente, o serviço público local e a empresa de pulverização foram além do recomendado para evitar danos aos apicultores locais e ainda conseguiram redução de 95% na população de mosquitos.

O caso gerou polêmica nos Estados Unidos e repercutiu também aqui no Brasil, onde a proposta do uso de aviões contra mosquitos já foi parar até no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), Júlio Kämpf, comentou o caso esta tarde e fez um paralelo sobre o tema entre os dois países. “Lá (nos EUA) há o barulho, mas o debate se rende a uma avaliação técnica, enquanto as operações ocorrem com êxito. Aqui, ainda perdemos tempo rebatendo mitos para sequer conseguirmos colocar a ferramenta à prova, enquanto pessoas morrem ou ficam marcadas para sempre por epidemias.”

RELATÓRIO ENTREGUE
O relatório da investigação em Dochester County foi entregue no início do mês ao governo municipal, à Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) e a todas as partes envolvidas no episódio.

A investigação do DPR constatou que tanto o governo local como a empresa aeroagrícola seguiram todas as recomendações legais e técnicas para a aplicação do produto contra mosquitos, no sentido de preservas as abelhas (aliás, segundo o documento, foram além do exigido em lei e na própria bula do produto aplicado).

A aplicação do inseticida Trumpet EC (cujo princípio ativo é o naled), aprovado pela EPA para operações contra mosquitos, ocorreu no dia 28 de agosto, das 6h45 às 7h50 da manhã, em um perímetro que havia sido definido pelo Serviço Público local. A Alen Aviation usou uma vazão de 0,8 onças por acre (60 ml por hectare).

Segundo a bula do produto, em lavouras com risco de presença de abelhas, a aplicação deve ser evitada após duas horas do nascer do sol e antes de duas horas do pôr-do-sol, para evitar o período de maior atividade apícola. A exceção é para o uso em operações urbanas de combate a vetores de doenças humanas ou animais (já que saúde é prioridade), onde recomenda-se avisar os apicultores para fecharem as colmeias – a norma americana diz que o órgão de saúde deve publicar aviso em jornal ao menos 24 horas antes das aplicações, informando perímetro, dia e horário da operação.

O DPR concluiu que as operações em Dochester County foram avisadas com 48 horas de antecedência e, apesar de não precisar, a empresa aeroagrícola respeitou a recomendação de aplicar antes de duas horas após o nascer do sol. E ainda evitou a área de colmeias.

O órgão de investigação também constatou que todos os outros apicultores (exceto a Flowertown Bees, que teve perda abelhas) tomaram providências para fechar as colmeias.

O documento faz a ressalva de que não foram encontrados traços de naled nas abelhas examinadas em laboratório, mas isso pode ter ocorrido simplesmente porque o princípio ativo se degrada rapidamente no meio ambiente.
 
Veja o relatório da investigação em:
https://pt.scribd.com/document/328431854/Clemson-letter-on-findings#download&from_embed

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