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Investimentos em usinas chegam a US$ 1,7 bilhão em Goiás

Até 2010, serão implantadas 22 usinas de álcool e açúcar no Estado


O setor sucroalcooleiro brasileiro vive momento de euforia. Receberá US$ 14 bilhões em investimentos nos próximos seis anos, segundo estimativa da União da Agroindústria Canavieira (Unica). É esse capital que ajudará o País a elevar a produção de etanol dos atuais 18 bilhões para 35,7 bilhões de litros, volume que, espera-se, será suficiente para atender ao mercado de 7 bilhões de litros para exportação e 28 bilhões de litros para o consumo interno entre 2012 e 2013.

Desse total, Goiás vai receber, somente nos próximos três anos, investimentos de US$ 1,79 bilhão, o equivalente a R$ 3,8 bilhões, com a implantação de 22 usinas, das quais 4 vão entrar em operação na próxima safra, que terá início no fim de abril. As outras 18 empresas começaram a plantar cana e encomendaram os equipamentos. A maioria levanta as paredes das indústrias para elevar, já a partir de 2010, a produção goiana de álcool dos atuais 800 milhões de litros por ano para 3,2 bilhões de litros anuais. A produção de açúcar vai passar de 800 mil toneladas por ano para 3 milhões de toneladas. Atualmente, 15 usinas estão em operação no Estado.

Neste levantamento não estão incluídas as usinas que serão construídas em Goiás para produção de álcool para

exportação, por meio de parceria da Petrobras com a trading japonesa Mitsui. Em todo o País, são 40 projetos, que

serão implantados também no Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Para viabilizar o projeto, a Petrobras, a construtora Camargo Corrêa e a Mitsui assinaram um memorando de entendimentos para realizar estudos para a construção de um duto para transporte de álcool ligando a Região Centro-Oeste ao município de São Sebastião, no litoral paulista.

O empreendimento tem como objetivo reduzir os custos de transporte de álcool do interior do País para o mercado

externo. Atualmente o transporte do produto é feito por caminhões. Segundo estimativas preliminares, o projeto

poderá custar até US$ 500 milhões.

Produção

Nos próximos três anos, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool no Estado

de Goiás (Sifaeg), Igor Montenegro, a produção de cana-de-açúcar em Goiás, de 61 milhões de toneladas, será

superior a toda a produção dos Estados do Nordeste, de 51 milhões de toneladas por ano de cana. “Goiás será um

dos destaques nacionais na produção de álcool e açúcar”, garante o executivo.

Atualmente a cana-de-açúcar, utilizada pelas 15 usinas em operação, ocupa 0,8% das terras agricultáveis de Goiás. Com a chegada das 22 novas usinas esse porcentual passará para 2%, de acordo com o Sifaeg. A soja ocupa 7% das terras agrícolas e o milho, 2%. “Isso mostra que é possível expandir o cultivo da cana em Goiás, sem risco de se tornar monocultura, e produzir álcool para atender as demandas interna e externa”, aposta Igor Montenegro. A previsão é que, em 2010, cerca de 30% do álcool produzido no Estado seja destinado à exportação.

Brasil e Estados Unidos são hoje os dois principais produtores de álcool do mundo - respondem por aproximadamente 70% da produção, cerca de 37 bilhões de litros por ano. Para se ter uma idéia do potencial desse negócio, uma eventual redução de 5% no “vício” mundial por gasolina criaria uma demanda de 65 bilhões de litros de álcool combustível por ano. Não há hoje oferta suficiente para sustentar uma demanda dessa magnitude.

O presidente George W. Bush anunciou que os Estados Unidos deverão reduzir em 20% o consumo de gasolina

até 2017, e vai substituir por biocombustíveis, entre eles o álcool. É grande a expectativa de que, durante a visita

de Bush ao Brasil, no dia 8, seja assinado com o presidente Lula um protocolo de intenções visando o aumento da

produção de álcool.

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