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JBS-Friboi: Unidade de Cáceres entra em recesso

Frigorífico é maior empresa privada da cidade e está em operação há 25 anos


Frigorífico é maior empresa privada da cidade e está em operação há 25 anos

Depois de 30 dias de férias coletivas, funcionários da unidade de Cáceres do grupo frigorífico JBS-Friboi, temem que o frigorífico feche as portas de forma definitiva, a partir desta quinta-feira (9), como conta o Jornal Oeste. A unidade que há sete anos é controlada pelo Grupo e há 25 anos está em atividade, pararia em princípio por mais 90 dias para uma readequação da planta industrial, porém, seus mais de 600 colaboradores temem pelo encerramento das operações no município, localizado a 250 quilômetros ao oeste de Cuiabá.

De acordo com o Jornal Oeste, a paralisação ainda não foi oficializada, mas teria sido anunciada nesta quarta-feira (8) pela manhã, em uma reunião com a gerência local que contou com as presenças dos diretores do grupo, Antônio Freitas, Gerson Valenas e Fabio Viegas. O anuncio oficial deve acontecer nesta quinta-feira (9) e se confirmado o fechamento da unidade, cerca de 600 trabalhadores estarão desempregados. O frigorífico é a maior empresa privada de Cáceres.

Além de atingir diretamente cerca 5 mil pessoas que sobrevivem da empresa, a medida provocara um efeito devastador em Cáceres já que a base econômica do município é a pecuária. “Sem o dinheiro do setor, a cidade corre o risco de entrar em colapso”, diz o jornal.

O vereador Antônio Salvador da Silva (PSDC), ex-funcionário e atualmente distribuidor de carnes do Friboi no comércio de Cáceres, disse que ainda não foi informado oficialmente da decisão. Ele disse que apenas tem ouvido boatos que a empresa faria uma paralisação de 90 dias para readequação, porém, mostrou-se preocupado com fechamento definitivo.

"Isso é uma catástrofe para nossa cidade. Tem centenas de pais de família que vivem dali. Há casos inclusive de marido e a mulher que trabalham lá há anos”, argumentou.

O vereador afirmou que durante os últimos 30 dias em que o Friboi esteve parado, teve de buscar carne em Cuiabá, Quatro Marcos e Araputanga para abastecer seus clientes.

Com relação aos motivos para o fechamento, ele levantou algumas hipóteses que ainda estão no campo da especulação. Questionado se não seria porque a planta está obsoleta, ele disse que isso não seria motivo suficiente. Salvador explicou que a única “triparia” do grupo está em Cáceres. “É aqui que ele limpam e preparam este produto para venda”, explica.

Salvador diz que já ouviu também que o fechamento seria uma estratégia comercial para forçar os ajustes dos preços pagos pelos bois e que a empresa estaria enfrentando problemas com as vendas no exterior e para reduzir prejuízos estaria desativando temporariamente algumas unidades.

Outro boato relatado, é que o mercado estaria rejeitando a carne produzida em Cáceres porque a maioria dos animais abatidos estariam sendo alimentados com ração, o que estaria comprometendo o sabor dos cortes.

Salvador também citou a decepção da direção da empresa com os últimos gestores do município que ao longo dos anos não se preocuparam em pavimentar e melhorar a infraestrutura do entorno do maior gerador de emprego da cidade.

O Diário tentou durante todo o dia contato com a assessoria de imprensa do Grupo, que fica em São Paulo, mas não obteve atendimento.

PREFEITURA - O prefeito Túlio Fontes que estava nesta quarta (8) em Brasília, se mostrou perplexo com a notícia e afirmou que isso será “um desastre para economia do município”. Por telefone ele afirmou que colocou uma equipe da prefeitura liderada pelo secretário de Indústria e Comércio, Adilson Reis e pelo Procurador Marionely Viegas, para que apure todas as informações para que o município possa se posicionar sobre a questão.

PARALISAÇÃO - A planta do Friboi em Cáceres deu férias coletivas no mês passado, alegando falta de oferta de boi gordo para o abate. Nesse período as três outras unidades do grupo no Estado, em Pedra Preta, Quatro Marcos e Araputanga continuaram funcionando normalmente.

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