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La Ninã ainda influencia o clima e preocupa os produtores

Baixa precipitação agrava as condições das lavouras de soja e milho no RS


Baixa precipitação agrava as condições das lavouras de soja e milho no RS

As precipitações ocorridas em janeiro apresentaram dois padrões diferentes no Paraná. As áreas mais a Leste foram beneficiadas com volumes maiores de precipitação, enquanto mais a Oeste as chuvas continuaram abaixo do normal para a época do ano. Conforme o meteorologista Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o regime de chuvas no Estado continua seguindo o mesmo padrão dos últimos meses, com uma distribuição muito irregular e volumes abaixo da média. “As áreas mais afetadas pela estiagem concentram-se no Sudoeste, Oeste e parte Norte, onde a disponibilidade hídrica do solo continua muito baixa, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade das lavouras. Já nas áreas Central e Leste de Guarapuava, Campos Gerais em direção ao litoral, a situação é melhor. As chuvas, apesar de abaixo da média, foram bem distribuídas, com volumes maiores e consequentemente, as lavouras apresentam um melhor desenvolvimento”.

No Rio Grande do Sul não houve precipitações significativas nas últimas semanas. Nas regiões em que choveu, o acumulado não ultrapassou os 5 mm, o que agrava ainda mais as condições das lavouras de soja e milho, em plena floração e enchimento de grão, estágios de maior exigência hídrica. Já no Paraná, as condições de tempo firme na maioria das regiões, colaboram para o andamento da colheita e preparo do plantio do milho safrinha.

As observações de temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, continuam mostrando que o resfriamento daquelas águas persistiram ao longo de janeiro, principalmente no Ocenao Pacífico Oeste e costa do Peru, com anomalias negativas variando entre -01° e -03°C (Figura 1). Este padrão indica a continuidade do fenômeno climático “La Niña”, porém, já se observa uma pequena diminuição na sua intensidade. Os prognósticos dos modelos climáticos globais continuam com a tendência de continuidade do “La Niña”, pelo menos até maio deste ano, com uma diminuição gradual de sua intensidade ao longo dos próximos meses, esta tendência (Figura 2).


Mesmo com menor intensidade, o “La Niña” ainda continuará influenciando o clima nos próximos meses. Para o Paraná e centro-sul do Brasil e da América do Sul, as precipitações devem continuar com este padrão de distribuição muito irregular e com volumes abaixo da média para a época do ano, porém, os próximos meses não devem apresentar períodos tão longos de estiagem, como os observados nos últimos meses. A tendência é que o intervalo entre uma chuva e outra, deve diminuir gradativamente. Como observado em janeiro, os volumes maiores de precipitação devem se concentrar mais ao Leste do Sul do Brasil, nas áreas mais a oeste as chuvas devem continuar muito irregulares e com volumes menores. “A ocorrência de granizo neste ano é maior que em anos normais”, ressalta.

Conforme Lazinski, as temperaturas não mudam muito do padrão observado nos últimos meses. Ondas de calor intercaladas com a entrada de massas de ar frio devem causar quedas bruscas de temperatura. Os dez primeiros dias de fevereiro serão marcados por uma onda longa de calor no Centro-Sul. “Teremos noites muito quentes, com mínimas acima dos 23°C nas áreas mais a Oeste.
 
*Com colaboração de  Lucas Amaral

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