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La Niña já influencia atual safra

Sudoeste e Sul do Paraná apresentam atraso no início do plantio, principalmente, das lavouras de milho e feijão


Sudoeste e Sul do Paraná apresentam atraso no início do plantio, principalmente, das lavouras de milho e feijão

Durante o mês de setembro, as chuvas continuaram com padrão muito irregular no Sul do Brasil. Na região Sudeste, parte da região Centro-oeste, nas áreas agrícolas do Nordeste e nos Estados do Paraná e Santa Catarina, as precipitações voltaram somente no final do mês. Mesmo com o retorno das chuvas, algumas áreas, como o Sudoeste e Sul do Paraná, ainda apresentam deficiência hídrica no solo. O atraso das chuvas nestas áreas está acarretando o atraso no início do plantio, principalmente, das lavouras de milho e feijão. A avaliação é do meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As precipitações, este ano, chegaram com mais de um mês de atraso no Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do Brasil.

As temperaturas também apresentaram grandes amplitudes, com mudanças bruscas e os extremos se acentuando, no Sul do Brasil. Já na região central do Brasil, devido à permanência da massa de ar seca, as temperaturas permanecem elevadas.

Segundo Lazinski, esta irregularidade observada na distribuição, tanto espacial como temporal, das precipitações é característica de anos de “La Niña”. Conforme ressaltado em publicações anteriores, depois de aproximadamente um ano com a presença do “El Nino” influenciando nosso clima, houve uma mudança a partir de meados de 2010. Nesse período, começou um resfriamento das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial e, conseqüentemente, a volta do fenômeno climático “La Niña”, que está totalmente caracterizado (Figura 1), mudando assim, o cenário climático observado na última safra. “Vale lembrar que o último “La Niña”, ocorreu entre 2008/2009, mas foi de fraca intensidade; este, porém, deverá ter intensidade moderada a forte, como mostram os prognósticos, e deve durar pelo menos, até meados de 2011 (Figura 2)”, alerta.
 

O clima continuará influenciado pelo fenômeno climático “La Niña” nos próximos meses, com tendências de precipitações abaixo da média, intercalando períodos de muita chuva com períodos maiores de pouca ou nenhuma precipitação. “Para o centro-sul do Brasil, durante a fase de plantio e início do desenvolvimento das lavouras, não devem ocorrer problemas com a falta de umidade no solo. Porém, devemos considerar a possibilidade de períodos de estiagem, mais para o final do ano. Para as áreas ao Norte do Sudeste, Centro-oeste e áreas ao Norte do Brasil, as chuvas, apesar de chegarem atrasadas, devem manter um padrão médio e com boa distribuição. O clima não deve comprometer o desenvolvimento das lavouras de verão nestas regiões”.

Para as temperaturas, continuam os prognósticos de grandes variações, intercalando períodos mais quentes, com entradas de massas de ar frio, que devem provocar mudanças bruscas nas temperaturas, no centro-sul do Brasil. “Os extremos devem se acentuar”, diz o meteorologista.

Nos dois últimos meses foi possível observar precipitações abaixo dos padrões normais e temperaturas mais elevadas. Isso favoreceu as colheitas das safras de trigo e milho safrinha, especialmente, nas regiões norte e oeste do Estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. Esta maior irregularidade nas temperaturas e precipitações, ocorridas em agosto e setembro (típico do “La Niña”), causou atrasos nos plantios do feijão do cedo (agosto) e no início do plantio safra de milho, em setembro. “Conforme o que já era previsto para outubro, as precipitações deverão ser mais regulares com temperaturas mais amenas. Com a retomada das chuvas, poderemos ter em algumas regiões períodos concentrados dos plantios de soja, feijão e milho, mesmo em condições de temperaturas do solo abaixo do ideal, o que pode interferir na germinação mais lenta das sementes e no estabelecimento da população inicial de plantas”, diz o Coordenador da Cadeia Produtiva de Grãos da Emater do Paraná, Nelson Harger.

Harger ressalta que em razão da previsão da influência do “La nina” por toda a safra e da projeção de cenários de maiores riscos na falta das chuvas mais para o final do ano (novembro e dezembro), a orientação é que os agricultores utilizem estratégias que minimizem possíveis impactos na agricultura, como o escalonamento das épocas de plantio associado ao uso cultivares de diferentes ciclos.

Acompanhe a previsão do tempo para todo Brasil no Agrotempo, do Portal Agrolink.

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