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La Niña segue enfraquecendo

Confira as condições climáticas para março, abril e maio


Foto: Eliza Maliszewski

* Uma análise produzida pela equipe Agrotempo

As condições climáticas deste trimestre Março-Abril-Maio ainda seguem um forte padrão das condições do Oceano Pacífico. Contudo, temos indicativos de mudanças ao longo do período, sobretudo em relação ao enfraquecimento do La Niña.

• As condições oceânicas permanecem com o padrão de La Niña. Porém com fortes indicativos da migração para a neutralidade entre Abril-Maio-Junho (60%)
• No geral, temperaturas abaixo da média na região norte, nordeste, metade norte do centro-oeste e sudeste. E acima da média no cone sul.
• A ressalva é que no sul, a amplitude térmica poderá ser grande, manhãs frias e tardes quentes.
• Ainda não é possível afirmar como será a entrada do inverno, mas podemos ter a formação de algumas geadas no sul MS com o avanço de massas de ar polar mais intensas.
• Chuvas acima da média na metade norte do país e abaixo da média no cone sul, a partir da metade sul do sudeste e MS.
• Início de março poderá ter chuvas mais frequentes na região sul, porém não será regra para o trimestre. 

Condições oceânicas

As águas no Oceano Pacífico Equatorial continuam abaixo da média para o período, ainda configurando uma situação de La Niña. Entretanto, podemos dizer que o período mais intenso do fenômeno já passou e estamos migrando gradativamente para a neutralidade climática. Porém a velocidade na qual estamos seguindo para o fim do fenômeno La Niña pode não ser a mais ligeira possível.

Mancha de água mais quente (tons de laranja) entre 200 e 50 metros abaixo da superfície, tomando espaço das águas mais frias da esquerda (oeste) para a direita (leste)

Há fortes indícios de que estamos seguindo para a neutralidade, como por exemplo o surgimento de águas mais quentes abaixo da superfície do mar, que entre os meses de Abril e Junho vão gradativamente emergindo para a superfície, aquecendo as águas mais frias. E há 60% de chances de que entre estes meses já estaremos numa situação de neutralidade climática.

Vale ressaltar que, mesmo com a entrada da neutralidade climática, os primeiros meses ainda poderão ter comportamentos típicos de La Niña, como chuvas mais irregulares e temperaturas um pouco mais baixas. Isso ocorre porque entre a mudança no padrão oceânico e o atmosférico há um tempo de ajuste na atmosfera.

Também podemos dizer que até certo ponto existe um consenso entre os diferentes centros de projeção climática em relação ao comportamento do La Niña, convergindo em relação à migração para o período de neutralidade climática. 

Previsão de temperatura

Boa parte das projeções mostram um padrão de temperaturas abaixo da média para a maior parte do país. Isso seguindo uma resposta do padrão das chuvas que ainda terá um padrão característico do La Niña. 

Algumas localidades como o RS poderão ter temperaturas acima da média, porém isso será devido à grande amplitude térmica. Ou seja, o amanhecer poderá ser frio ao passo que as tardes apresentarão temperaturas muito elevadas. Por outro lado, a região norte, nordeste, centro-oeste e sudeste poderá ter temperaturas abaixo da média histórica. 

No entanto, ainda é muito cedo para fazermos uma avaliação de como será a entrada do inverno. Eventualmente com o avanço de massas de ar polar um mais intensas, haverá condições para ocorrência de eventos isolados e pontuais de geadas sobre o sul do MS ainda em Abril. As geadas poderão ocorrer com maior frequência sobre os estados do sul, mas devido à perda radiativa durante noites claras, ou seja, eventos pontuais e onde o surgimento do fenômeno é relativamente comum.


Previsão de chuvas

As projeções e a análise dos centros internacionais, sinalizam um forte padrão de chuvas associados ao La Niña para o período. Portanto as chuvas seguirão abaixo da média na região sul, sobretudo no RS e metade oeste da região, até o sul do MS.  Há a tendência também de que no sudeste as chuvas fiquem abaixo daquilo que seria esperado para o período.

No entanto, seguindo ainda o padrão característico do La Niña, as chuvas seguem acima da média na região nordeste, metade norte do centro-oeste e região norte do país. 

A ressalva vale para a previsão de curto prazo, ou seja, o final de fevereiro e início de março. Pois algumas oscilações do clima estão em suas fases favoráveis para chuvas na região e diminuição na parcela central do país, mas que não seguirão ao longo do trimestre.

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