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Laranja vale menos no mercado interno

Há muito a indústria de laranja deixou de renovar contratos com os produtores da fruta


São Paulo - Há muito a indústria de laranja deixou de renovar contratos com os produtores da fruta. E pela caixa de 40,5 quilos adquirida em ritmo lento na porta da fábrica (mercado spot) não é pago nem R$ 5 - em outubro a mesma caixa valia R$ 9,33. Enquanto isso, no mercado internacional, o preço da libra-peso do suco valorizou 30,8% desde março e alcançou US$ 88,60.

Esse descolamento das cotações da matéria-prima no mercado doméstico e do concentrado feito a partir dela e negociado no pregão em Nova York pode ser justificado, em parte, pela entressafra da produção brasileira. Mas a depreciação do preço pago ao produtor daqui é acentuada sobremaneira pela indústria, afinal, ela "já não depende tanto das frutas de terceiros", pontua Maurício Mendes, presidente da AgraFNP e consultor do Grupo de Consultores em Citros (GConci).

De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em economia Aplicada (Cepea), o volume limitado de frutas entregue no portão das fábricas foi de variedades pêra, natal e valência da safra 2008/09. A média dos preços dessas variedades em março foi de R$ 4,95 por caixa, retração de 16,5% sobre o preço pago no mês anterior. As vendas de laranjas para o segmento industrial acompanham pois o ritmo decretado pelas empresas que, segundo Mendes, estariam travando a renovação dos contratos de compra da fruta e por conseguinte dos preços até que elas consigam avistar o rumo definido pelo mercado internacional e aquele também traçado pelo consumo.
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