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Lavoura precisa de chuva

Precipitações serão determinantes para a produtividade


As chuvas das próximas semanas serão determinantes para o saldo da produtividade do milho da segunda safra, em Mato Grosso, especialmente para as lavouras que foram semeadas após o fim da janela ideal – momento mais favorável ao pleno desenvolvimento da cultura - encerrada em fevereiro. O cereal é a cultura que domina na segunda safra mato-grossense. 

Conforme dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 2,97 milhões de hectares (cerca de 730 mil a menos que a safra passada), quase um quarto foi semeado após a janela ideal, entrando pela segunda quinzena de março. “O milho cultivado em Mato Grosso na safra 13/14 teve sua semeadura finalizada na última semana de março de 2014, duas semanas após o término da semeadura do grão nas safras 11/12 e 12/13, e um mês após o encerramento da janela ideal de semeadura”, explicam os analistas do Instituto. 

Como observam, pode haver uma inversão de cenário, do estresse pelo excesso de umidade para o estresse por falta de água. “As chuvas, que prejudicaram os trabalhos a campo no primeiro trimestre do ano, podem impactar sobre o desenvolvimento do milho nos próximos três meses, porém, a perda pode vir com a escassez da chuva e não mais com o excesso observado nos meses passados. Apesar de ser normal para o Estado apresentar volumes de chuvas reduzidos a partir de meados de abril, esse fato pode prejudicar a produtividade, que já tem projeção inferior as duas últimas safras, com média estimada atualmente em 85,4 sacas por hectare (sc/ha)”. 

CLIMA - De acordo com dados da Somar Meteorologia, para as próximas duas semanas a média das chuvas ocorridas nos municípios de Mato Grosso apresentará volumes pouco acima dos 20 milímetros (mm) por semana. Entretanto, para a segunda semana de maio, o volume médio semanal das precipitações tem previsão próxima de 5 mm e até lá estima-se que cerca de 99,8% do milho se encontrará pendoado (com espigas), 45,9% em fase de enchimento de grãos e 7,8% em fase de maturação. “Portanto, as chuvas ocorridas neste período podem ser decisivas para a produtividade do cereal mato-grossense nesta safra”. Considerando a atual média de rendimento por hectares plantado, espera por uma produção de 15,23 milhões de toneladas, volume que se confirmado, será 32,42% inferior à safra passada, com 22,53 milhões. 

MERCADO - “Com o início da semeadura nos Estados Unidos, o mercado internacional do cereal passa a ser influenciado pelo clima, fator determinante para a evolução da semeadura e desenvolvimento do grão. As previsões para a próxima semana indicam clima favorável para a cultura, podendo influenciar os preços internacionais negativamente” e pressionar ou não, a produção nacional.

EUA - A semeadura do milho da safra 14/15 nos Estados Unidos apresentava com 6% da área prevista coberta até o dia, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A área destinada ao cultivo do cereal está estimada pelo Departamento em 37,1 milhões de hectares, sendo o estado de Iowa responsável pela semeadura de 15% desta extensão, seguido por Illinois, com participação de 13% na área destinada ao grão no país. Em relação à média das cinco safras anteriores, a semeadura do milho deste ano apresenta-se 8 pontos percentuais atrás, principalmente devido às safras 10/11 e 12/13, que apresentavam 19% e 17%, respectivamente, de suas áreas semeadas até o mesmo período deste ano. Entretanto, no comparativo com as demais safras a semeadura do milho norte-americano em 2014 encontra-se dentro da normalidade, sendo o clima das próximas semanas determinante para sua evolução. 

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