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Lavouras começam a receber tabaco da próxima safra na região

Na propriedade da família Staub, na localidade de Linha Malhada, no interior de Santa Cruz do Sul, parte do tabaco da próxima safra já está na lavoura


Na propriedade da família Staub, na localidade de Linha Malhada, no interior de Santa Cruz do Sul, parte do tabaco da próxima safra já está na lavoura. As 48,2 mil mudas foram transplantadas em apenas dois dias de trabalho, ainda na última semana de maio. A ideia é que toda a produção, estimada em 130 mil pés de tabaco, seja colhida e secada no tempo certo. Eles fazem parte do pequeno grupo de produtores que, neste ano, decidiu encarar o risco do frio e da geada e apressar o cultivo do tabaco.

liana Bárbara Siebeneichler conta que o transplante das mudas foi realizado em apenas dois dias. Ela, o marido Cristiano Staub, o pai, o sogro e um vizinho fizeram o trabalho com facilidade. “Essa área da propriedade é mais alta, então ali é mais difícil de a geada atingir. Por isto optamos pela antecipação do transplante sem risco de prejudicar o desenvolvimento do tabaco”, confirma.

A estratégia da família é ter condições de colher todos os 48,2 mil pés de tabaco no início de dezembro. A segunda área que será cultivada é maior, têm capacidade de receber 80 mil mudas. Nesta parte da propriedade, o transplante será feito no fim do mês de julho. Dessa forma, as plantas não amadurecem todas ao mesmo tempo. “Assim a gente consegue secar todas as plantas nos fornos sem perder nada.”

SAFRA

Prestes a finalizar os levantamentos sobre a safra 2017/2018, a Afubra projeta uma produção semelhante para 2018/2019. Conforme o gerente técnico Paulo Vicente Ogliari, a expectativa é que neste ano sejam cultivados os mesmos 297 mil hectares plantados nos três estados do Sul do Brasil em 2017.

“As restrições ao consumo de tabaco no mundo todo e os cigarros eletrônicos reduziram o volume de tabaco.” Mesmo com a proibição desses dispositivos no Brasil, nos Estados Unidos e Europa, o consumo já é grande nos mercados que importam do Brasil. A safra 2017/2018 rendeu 667 mil toneladas de tabaco. A expectativa é manter a produção neste mesmo patamar.

Calor antecipou processo no ano passado

Conforme o gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Paulo Vicente Ogliari, quem opta pelo transplante de mudas de tabaco no início do inverno se arrisca com a incidência de geada e frio intenso.

Ogliari explica que, na fase de muda, o tabaco precisa de calor. Já o frio intenso prejudica o desenvolvimento da planta, retardando o crescimento, ou até matando os pés de tabaco. “É um risco, pois se as mudas forem muito prejudicadas, às vezes não dá tempo de refazer a lavoura toda ainda na mesma safra”, alerta.

O gerente técnico explica que, na safra 2017/2018, muitos produtores da região optaram pelo transplante antecipado por causa do clima mais quente. Neste ano, porém, com período de frio mais intenso e a possibilidade de geadas, a atividade fica mais arriscada. “São poucos produtores que anteciparam o processo, não há nem como gerar uma estatística. Algumas famílias do interior de Santa Cruz, Passo do Sobrado e Rio Pardo.”

Situação diferente ocorre na área litorânea de Santa Catarina. No município de Araranguá, por exemplo, o transplante já chega a 55%. “A proximidade com o mar afasta a geada das lavouras. Por isso, o cultivo em parte dos municípios de Santa Catarina é realizado em época diferente”, explica Ogliari.

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