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Lavouras de soja no MT começam apresentar danos

Clima começa a afetar a qualidade dos grãos


O tempo úmido e as chuvas intermitentes continuam retardando o início da colheita de soja em Mato Grosso. O último boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) aponta que a colheita no estado evoluiu pouco de uma semana para outra. Do dia 19 de janeiro até esta sexta (27) avançou 3,1 pontos percentuais e chegou em 5,8% da área total colhida, estimada em 6,9 milhões de hectares.


O clima começa a afetar a qualidade dos grãos. A região Norte, por exemplo, que teve um plantio mais concentrado este ano, vem sofrendo com as condições climáticas atuais. Segundo o vice-presidente Norte da Aprosoja, Naildo Lopes, há relatos de perdas e alguns produtores comentaram que estão colhendo soja com até 30% de grãos danificados.

“Em Santa Rita do Trivelato, por exemplo, observei lavouras com soja ardida. As cultivares precoces, que são as que têm ciclo mais curto, de aproximadamente 105 dias, estão prontas para colheita neste momento e estão sendo afetadas. Há áreas que já foram dessecadas e estavam prontas há mais de 10 dias e como não cessam as chuvas, a cada dia que passa os danos vão aumentando”.

O gerente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Antônio De La Bandeira, afirma que a região oeste também sofre com o clima. E os produtores que plantaram soja de ciclo médio e tardio também estão preocupados. “Falta luminosidade e o excesso de água prejudica o enchimento dos grãos, bem como a aplicação de fungicidas e inseticidas, deixando as lavouras mais suscetíveis”.

O gerente técnico da Aprosoja, Nery Ribas, explica que este período exige atenção redobrada por conta da ferrugem asiática, doença causada por um fungo que ataca as folhas de soja e causa prejuízos por conta da redução de produtividade. “A ferrugem está presente em praticamente todas as regiões produtoras do estado e a Aprosoja tem orientado os produtores para intensificar o monitoramento das lavouras”.


Naildo Lopes destaca ainda que este clima acarreta em prejuízos para todo o setor, uma vez que o atraso na colheita prejudica também o plantio de culturas de segunda safra em Mato Grosso, como é o caso do algodão e do milho. “Os próximos 15 dias serão crucias para podermos avaliar e quantificar os prejuízos, mas acreditamos que o estado poderá ter sim, uma redução de produtividade por conta do excesso de chuvas e da ferrugem”.

MILHO – Segundo o IMEA, o plantio do milho também evoluiu pouco. Até quinta-feira (26) a área plantada com o cereal foi de 3,1%.
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