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Lavouras de trigo são afetadas pela geada na região Oeste do PR

Trinca e cinco alqueires de trigo de produtor de Sede Alvorada foram atingidos


A geada que caiu na região Oeste no último sábado e transformou a paisagem rural, ao mesmo tempo que deixou algumas pessoas encantadas com o visual também trouxe preocupação para os produtores de trigo. Parte da plantação do produto está em fase de floração e frutificação e suscetível a perdas com a geada. O Deral (Departamento de Economia Rural) informou que nos próximos dias vai a campo para avaliar a cultura de trigo e emitir um relatório sobre as perda.

Mas não é somente o trigo que foi afetado pela geada de sábado. Quem planta folhosas também terá que lidar com as perdas desta época do ano. O produtor Marcio Makoto Matsushita, tem uma propriedade há cerca de 30 quilômetros do centro de Cascavel e comentou que dos 6 mil pés de alface plantados estima que haverá uma perda de 20%. “A geada aqui foi fraca, por isso a plantação não foi muito afetada”.

No Supermercado Irani, do Bairro Pacaembu, a alface que era vendida no sábado e ontem a R$ 1,65 deverá manter seu preço hoje. De acordo com um funcionário, ainda havia produto em estoque por isso o preço se manteve, mas acredita que haverá aumento a partir de uma nova compra da folhosa.

Se as hortaliças de Marcio não foram muito afetadas pela geada, os 50 alqueires de trigo plantados por Jurandir Lamb e seu pai Elomar, no Distrito de Sede Alvorada, não tiveram a mesma sorte. O produtor acredita que os 35 alqueires que estão em fase de floração e frutificação terão uma perda de 99%. Se novas geadas não ocorrerem ele espera colher toda a produção dos 15 alqueires restantes para arcar com os custos da lavoura. “O trigo que tava na espiga, com a geada perdeu 100%”, lamenta Jurandir. “O frio foi muito grande e até o que tinha na horta sapecou. Árvores que não são fáceis de queimar também foram atingidas pela geada. Pelo conhecimento que temos na lavoura, se der sol hoje já poderemos perceber de quanto foi o estrago”, acrescenta o agricultor que tem Proagro, mas não deverá cobrir os custos.

A produção dos 15 alqueires não afetados, o produtor diz que irá entregar ao banco para cobrir as despesas da parte afetada. O custo de produção por alqueire é de R$ 3 mil, o que representa R$ 150 mil para toda a lavoura de trigo do produtor. Ele explica que se colher o trigo dos 15 alqueires e vender pelo preço mínimo de R$ 33, ainda assim não conseguirá cobrir todos os custos. “Espero colher 140 sacas por alqueire de trigo. Vendendo pelo preço mínimo vou receber cerca de R$ 50 mil, mesmo assim ainda fica faltando R$ 100 para cobrir os custos”, exemplifica. Levando em consideração o desgaste das máquinas, o combustível, se o trigo de Jurandir não fosse afetado pela geada a expectativa era de receber R$ 320 mil por todo o produto colhido. Descontando os custos, sobraria líquido, por alqueire, R$ 2 mil, dinheiro que seria usado para investimentos na propriedade.

A última perda grande com geada foi em 2000 quando a família perdeu a produção de 30 alqueires de milho safrinha e trigo.

A produção de trigo na região ainda não havia sido afetada pela geada do mês de junho pela fase em que se encontrava. Apesar da cultivar gostar de clima frio e seco para se desenvolver a geada em determinada fase compromete a produtividade.

O milho safrinha de Jurandir teve perda de 10% por causa da estiagem e mais 10% pela geada.

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