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Lei determina que valor a ser pago seja divulgado até 25 de cada mês


Preço pago ao produtor pelo leite adquirido deve ser informado pelas indústrias até o dia 25 de cada mês.  Mudança foi regulamentada com a Lei 12.699, publicada no Diário Oficial da União no último dia 19. Antes disso, a regra de mercado era os produtores conhecerem o valor de venda do produto cerca de 2 meses após entregá-lo, explica o presidente da Associação dos Produtores de Leite em Mato Grosso (Aproleite), Alessandro Casado. Para ele, com a nova lei o produtor poderá planejar melhor os investimentos na atividade produtiva, por conhecer melhor a remuneração do produto. Segundo Casado, outro ponto que precisa de definição é a formação de um preço médio ou até mesmo de preço mínimo para Mato Grosso. Atualmente o leite é vendido pelos produtores por 64 centavos o litro, mas a cotação varia entre as principais regiões produtoras do Estado e oscila muito, diz, com preços alcançando 80 centavos (litro) em determinados períodos do ano e reduzindo até 50% em outras épocas.


Mesmo nesse cenário, a produção leiteira no Estado vem crescendo ano a ano, diz o presidente da Aproleite. Meta é aumentar em 50% a produção atual de 720 milhões de litros de leite por ano no próximo biênio. Para isso, as discussões sobre essa cadeia produtiva ganham cada vez mais prioridade, sendo pauta exclusiva pela primeira vez em um Dia de Campo promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), agendado para sexta-feira (20), em São José dos Quatro Marcos. Produção leiteira também será priorizada nos debates do Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec). “Percebemos que ainda falta mais conhecimento e estamos tentando levar isso ao produtor”.

Melhoria no planejamento dos investimentos pelo produtor, a partir da aprovação da nova lei, deve facilitar a profissionalização da atividade, avalia o presidente da Cooperativa Agroindustrial de Lucas do Rio Verde (Coagril), Alisson Luiz Dalmaso, melhorando o custo de produção. “Para o produtor que trabalha mais com mão de obra familiar o custo varia pouco, mas para quem tem uma produção mais industrial, litro pode oscilar entre 45 centavos a 90 centavos e por isso fica inviável”.

Como muitos complementam a nutrição animal com ração durante o período de estiagem em que o pasto fica mais escasso, a expectativa é de custo de produção mais alto nesta entressafra. “Neste ano a falta de pasto não está sendo um problema tão grande porque as chuvas se estenderam um pouco mais, mas o milho está mais caro”. Ainda assim, a expectativa é que a produção se mantenha, completa o presidente da Aproleite, suficiente para atender a alta no consumo.


Na região de Lucas do Rio Verde, a Coagril adquire entre 400 mil a 500 mil litros de leite por mês, disponibilizados por aproximadamente 250 produtores cadastrados, os quais são repassados para uma indústria local. Conforme diagnóstico realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), há 20,9 mil propriedades leiteiras no Estado com uma produção média de 92,6 litros de leite por dia.

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