Leilões agrícolas demandam atenção: Especialista
Leilão de importação de arroz esteve envolvido em polêmicas
De acordo com o diretor de operações na Itaobi Representações, Sergio Cardoso, os leilões no Brasil, tradicionalmente geridos pela Companhia de Financiamento da Produção (CFP), agora Conab, são responsáveis por regular estoques de alimentos e insumos para produtores. Em épocas em que o Brasil carecia da atual expertise agropecuária, a entidade foi crucial na gestão de estoques, equilibrando oferta e demanda durante períodos de sucesso e frustração nas safras.
“Sempre conduzimos os leilões com muita transparência e nunca houve relatos de irregularidades nos leilões até o momento atual, no qual várias denúncias de fraude e um jogo de cartas marcadas vieram à tona. Empresas sem tradição na comercialização de grãos participam e vencem leilões da Conab, favorecendo grupos e pessoas ligadas ao governo e levando as operações em bolsa a níveis elevados de negociações suspeitas”, afirma, em um texto publicado na rede social LinkedIn.
Ele trabalhou no órgão desde os anos 1980 como corretor de bolsa. Inicialmente, atuou na Bolsa de Cereais de São Paulo, a única bolsa do Brasil na época, concentrando os leilões da antiga CFP. Nos anos 1990, fundou a BIMU (Bolsa Internacional de Mercadorias de Uruguaiana) em Uruguaiana, por determinação da Conab, para disseminar e regionalizar as bolsas em regiões produtoras, ampliando a abrangência da empresa e promovendo a transparência nos leilões.
“No caso do arroz, nossos Deputados, senadores, FPA e as entidades de classe conseguiram suspender práticas que indicavam fortes indícios de irregularidades. Agora, com a divulgação dessas mesmas práticas suspeitas no mercado do milho, fica claro que algo de errado não está certo”, conclui.