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Leilões de contratos de opções para café foram bem sucedidos

Setor se reunirá com governo para analisar medidas adicionais


Balanço semanal — 07 a 11/10/2013
 
Leilões de contratos de opção de venda para café foram bem sucedidos e setor se reunirá com governo para analisar necessidade de medidas adicionais
 
LEILÃO DE OPÇÕES — A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou, na terça-feira, 8 de outubro, o quarto e último leilão de contratos de opção de venda para café, ofertando os lotes remanescentes dos três leilões ocorridos em setembro. No pregão, foram arrematados os 4.058 contratos (405,8 mil sacas de 60 kg), ao preço de abertura de R$ 1,715. O Estado de São Paulo arrematou 2.936 contratos, Minas Gerais adquiriu 851 e o Paraná comprou 271.

 
Com esse desempenho, o governo alcançou o objetivo de negociar toda a oferta de 30 mil contratos, possibilitando que os produtores e as cooperativas que arremataram tenham o direito de negociar 3 milhões de sacas, em março de 2014, ao preço de referência de R$ 343, caso o mercado ofereça cotações aquém desse patamar. Veja, no final deste balanço semanal, tabela com o resultado dos leilões (anexo 1).
 
O Conselho Nacional do Café entende que esse programa do governo, solicitado pelas lideranças do setor produtivo, teve pleno êxito, haja vista que a participação de produtores e cooperativas não gerou ágio excessivo no acumulado dos quatro leilões, o que demonstra a confiança da produção em que os preços se recuperarão até março de 2014. Cabe, agora, acompanharmos o desempenho do mercado para ver se será necessário o exercício dos contratos.
 
REUNIÃO DO CDPC — Com o intuito de analisar o resultado dos leilões dos contratos de opções, o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) se reunirá no dia 23 de outubro. O colegiado, composto pelos representantes do setor privado e do Governo Federal, também avaliará a necessidade da implementação de medidas adicionais às implantadas neste ano para o setor, frente aos preços aviltados que ainda imperam no mercado, caso seja necessário.
 
Entre outras ações, o CDPC também deverá deliberar sobre o orçamento da cafeicultura em 2014. A intenção é definir o volume e o cronograma da distribuição dos recursos no ano que vem para que se evite o cenário de 2013, quando o atraso do Congresso Nacional em definir o Orçamento Geral da União retardou a liberação da verba para o setor cafeeiro.
 
Sem posse do dinheiro dos financiamentos em tempo hábil, os produtores foram obrigados a negociar o café a preços aviltados, abaixo dos custos de produção, para honrar os compromissos de pós-colheita e com os trabalhadores rurais, além de gerar um excesso de oferta pontual, o que comprometeu ainda mais a rentabilidade, haja vista a pressão exercida sobre as cotações.
 
GREVE BANCÁRIA — Não bastasse a demora na liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) neste ano, o setor também se deparou com a greve do sistema bancário, que completou 22 dias na quinta-feira, 10 de outubro, e atrasou ainda mais a chegada do dinheiro aos elos da cadeia produtiva. Contudo, na madrugada desta sexta-feira, 11, o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) chegaram a um acordo para encerrar a greve da categoria, de acordo com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

 
Agora, a decisão será levada às bases regionais para análise. A Confederação comunicou que cidades de Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, incluindo a capital, realizarão assembleias ainda na tarde de hoje. As outras praças deverão organizar seus encontros na próxima segunda-feira, 14 de outubro. Se as bases regionais aprovarem o acordo, a paralisação terá fim no começo da semana que vem.
 
MERCADO — As cotações futuras do café arábica não apresentaram variação significativa nesta semana, com o vencimento dezembro do Contrato C oscilando ao redor de US$ 1,15 por libra-peso. O fechamento da quinta-feira deu-se a US$ 1,1440, num mercado ainda pressionado pelas especulações de excesso de oferta. No Brasil isso se deu, em especial, por causa da dificuldade em acessar os recursos financeiros devido ao atraso na definição do orçamento e, agora, à greve do sistema bancário.
 
Já na Bolsa de Londres, referência para formação do preço internacional do café robusta, o vencimento novembro do Contrato 409 acumulou ganhos de US$ 27 por tonelada até o fechamento de ontem, a US$ 1.736. A baixa liquidez no mercado, com produtores vietnamitas ainda segurando as vendas, e o baixo nível dos estoques dos torrefadores sustentaram o movimento de alta.
 
O dólar encerrou a quinta-feira a R$ 2,1815, menor cotação desde 18 de junho, acumulando perda de 1,3% na semana. Essa tendência resultou do aumento da taxa de juros brasileira, que tornou os ativos nacionais mais atrativos aos investidores; do avanço nas negociações para a elevação do teto da dívida norte-americana; e também do programa de intervenções diárias do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio.
 
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o mercado doméstico de café continuou apresentando baixa liquidez, prevalecendo a retração vendedora diante dos retraídos preços praticados. Na quinta-feira, o indicador do café arábica foi cotado a R$ 257,13, registrando pouca variação em relação aos últimos dias.

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