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Leite baixa e já causa prejuízos aos produtores

Aumento da produção causou excedente de oferta e fez com que preços ficassem menores no RS


A vinda de novas indústrias de laticínios para o Rio Grande do Sul, dentre elas a Nestlé, causou euforia entre os produtores no ano passado, mas agora começa a se tornar preocupação. Nos últimos três meses a grande oferta fez com que o preço do leite sofresse uma redução média de R$ 0,16 por litro o que causou, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), uma perda diária de R$ 1,44 milhão.

Em dois anos a produção gaúcha aumentou 1,5 milhão de litros, mas o mercado não cresceu na mesma proporção. Pelo contrário, segundo estimativas das empresas, teria ocorrido redução de 8% no consumo. Diante desse comportamento, no qual a oferta é maior do que a demanda, o preço começou a diminuir significativamente para quem produz. Nas prateleiras dos supermercados, no entanto, ainda não teriam ocorrido baixas. Nessa semana, segundo levantamento da Emater/Ascar-RS o litro foi comercializado por um valor médio de R$ 0,53.

O erro de cálculo, como classifica o presidente da Fetag, Elton Weber, ainda teve um resultado mais negativo. Segundo ele, nos últimos 15 anos os produtores gaúchos precisaram vender para outros estados. “Hoje em dia, 64% do leite daqui vai para fora devido à alta produção”, salienta. Um dos principais mercados era São Paulo. Entretanto o governo paulista criou um imposto de 18% sobre o produto, o que acabou afetando em cheio as vendas. “A situação está ficando insustentável para o homem do campo e não está se refletindo entre os consumidores”, afirma.

A solução mais viável seria a abertura das indústrias que devem ter um consumo médio de 3 milhões de litros/mês. Enquanto isso não acontece, entretanto, a Fetag busca junto ao governo uma providência.

No começo da semana, foi apresentada a possibilidade de se negociar a venda via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que já começou a cadastrar fornecedores e acenou com a possibilidade de absorver 50 milhões de litros ao mês que seriam usados em programas sociais.

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