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Leite longa-vida foi vilão da inflação

Produto subiu 28,88% no semestre no País, enquanto em Goiânia o aumento chegou a 27,20%, segundo o IBGE


O leite longa-vida (UHT ou pasteurizado) foi o maior vilão na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro semestre deste ano. No período acumulado dos seis primeiros meses de 2009, o produto registra uma alta de 28,88%, contribuindo sozinho com 0,29 ponto porcentual (pp) - a maior contribuição individual - para o IPCA acumulado de 2,57% de janeiro a junho deste ano. Em Goiânia, o preço do leite longa-vida subiu 27,20% nos seis primeiros meses do ano, e 11,82%, somente em junho.

A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, fez um levantamento mostrando que a alta do leite longa-vida no primeiro semestre de 2009 superou os resultados acumulados em anos inteiros a partir de 1995, já com a vigência do Plano Real. No ano passado, por exemplo, o leite pasteurizado acumulou um aumento de 4,89%. O recorde anterior de alta, desde o início do Plano Real, havia sido apurado em 2002, ano em que o produto registrou aumento de 22,73%.

Segundo Eulina, “ainda não está claro” qual o motivo da elevação forte de preços que tem ocorrido no leite. Segundo ela, o produto está em período de entressafra, mas esse fator não justificaria um aumento tão elevado. Ela citou também um possível aumento da demanda externa pelo leite.

Justificativa
O presidente da Comissão Nacional de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, disse que a alta no preço do leite nos últimos meses reflete uma queda na produção no País, por causa do recuo na demanda internacional pelo produto a partir do agravamento da crise no segundo semestre do ano passado.

Além disso, reflete também a entressafra que ocorre a partir de maio. Alvim também citou outros fatores para o aumento de preços, como a saída de empresas produtoras de leite do mercado e o aumento do consumo interno por causa da continuidade da expansão da renda.

Mais aumentos
Eulina listou, além do leite, outros 17 produtos que mais contribuíram para a alta de preços nos seis primeiros meses deste ano. No ranking, abaixo do leite, figuram os colégios (alta de 5,16% e contribuição de 0,25 pp para a taxa acumulada no primeiro semestre); cigarro (27% e influência de 0,23 pp) e empregado doméstico (6,12% e 0,20 pp). Apenas 18 itens foram responsáveis por 2,34 ponto porcentual, ou 91% do IPCA acumulado no primeiro semestre.

Apenas em junho, segundo o IBGE, os produtos alimentícios registraram alta de 0,70% no IPCA, ante avanço de 0,44% em maio. No mês passado, o leite pasteurizado subiu 12,1% e representou a principal contribuição individual (0,14 pp) no indicador daquele mês. Por outro lado, os produtos não-alimentícios desaceleraram a alta para 0,26% em junho, ante avanço de 0,48% em maio.

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