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Leite muda a vida de produtora rural

A produção média anual propiciada pelos animais é de 16 mil litros por mês


Os tempos difíceis vividos pela cooperada Zezinha Bárbara Manfrin, de Campo Mourão, ficaram para trás. Há três anos ela resolveu trocar o cultivo da soja pela bovinocultura leiteira. E acertou em cheio. A mudança foi a solução para que ele otimizasse o sítio de 10 alqueires, localizado na comunidade Campina do Amoral e tocado em parceria com os filhos. Com a chegada do leite, toda a mão-de-obra familiar foi aproveitada, o que garantiu a permanência dos filhos na propriedade e uma maior disponibilidade de receita para todos.


“Não tínhamos mais como continuar tocando o sítio daquele jeito. Praticamente só pagávamos as contas. Ao final de cada safra, não sobrava nada para investir”, lembra dona Zezinha. Ela admite que a nova atividade é muito mais trabalhosa. “No entanto, é muito mais rentável”, comemora. E compara: “Para alcançarmos uma receita como a que temos hoje com o leite seria preciso produzir cerca de 500 sacas de soja por alqueire, levando em conta a média de comercialização do ano passado, que foi de R$ 0,76 o litro”.

Plantel

No total, os Manfrin possuem 80 vacas leiteiras, entre holandesas e jersey. Atualmente, 25 delas estão em lactação. A produção média anual propiciada pelos animais é de 16 mil litros por mês. “A ordenha é feita duas vezes por dia e a entrega do leite a cada 48 horas”, explica Rodrigo, um dos filhos da dona Zezinha. Junto com a mãe, ele é o responsável pela manutenção da vacada e, também, pela retirada do leite. “Não podemos descuidar do plantel, pois as vacas são muito sensíveis. Qualquer mudança na rotina delas pode gerar diminuição da produção. E isso não é interessante para o nosso resultado”, destaca.

Alimentação

A estratégia da família é manter a alimentação dos animais basicamente ao cocho. No sítio, um pequeno pasto de meio alqueire é usado apenas para descanso dos animais. A comida da vacada é 100% de silagem de milho, seja em grão úmido ou de planta inteira, misturada com farelo de soja. “Preferimos padronizar a alimentação”, revela Rodrigo, apontando para a área de lavoura da propriedade, agora destinada exclusivamente para a produção de milho para silagem. Cada animal, segundo o produtor, consome entre 30 a 40 quilos de silagem por dia.

Os animais também recebem, como complemento alimentar, uma porção diária de capim elefante, para suprir a necessidade deles por fibras longas. A cooperada ainda projeta outras alternativas para o manejo alimentar das vacas, como é o caso da produção de feno de alfafa ou da própria grama de verão.


Melhorias

O entusiasmo é tão grande com a atividade leiteira que os Manfrin estão investimento em melhorias. Uma nova sala de ordenha está sendo construída e um novo conjunto para ordenha mecânica foi adquirido, com a canalização do leite retirado direto para o resfriador. “São investimentos que vão nos assegurar melhores condições de trabalho e mais conforto para os animais, o que, sem dúvida, deve refletir na nossa produção”, assegura dona Zezinha.

Ainda para este ano, a cooperada pretende dobrar a produção de leite no sítio. Para que isso aconteça, ela admite que precisa manter entre 40 a 50 vacas em lactação. “Neste ano o mercado está bem aquecido. Já chegamos a comercializar o litro do leite a R$ 0,96. Mas é preciso ter qualidade e é por isso que estamos investindo”, conclui dona Zezinha.

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