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Levantamento revela que queda de rendimento da soja é maior em MT

Enquanto redução média de produtividade no CO é de -2,6%, no Estado chega a -4,6%


Editoria com AgRural

A segunda estimativa de produção de soja para a safra 08/09 elaborada pela Agência Rural Commodities Agrícolas (AgRural) sofreu ajuste para baixo em comparação com o primeiro levantamento, realizado no fim de julho. Os dados revelam que a queda na produtividade da oleaginosa no Estado, estimada em 4,6%, será a maior da região e fica muito acima do previsto para a média do Centro-Oeste, em -2,6%. Pelos números, o rendimento por hectare passa de 3,14 mil quilos registrados na safra passada para 3 mil quilos por hectare.

Já a retração na comparação entre o primeiro levantamento da AgRural com o divulgado ontem, Mato Grosso perde 2% da área plantada, pois na primeira estimativa a sojicultura ocuparia 5,9 milhões/ha e agora passa a 5,8 mil/ha. Entretanto, de um ciclo para o outro, Mato Grosso ‘ganha’ área e passa de 5,67 milhões de hectares da temporada passada para 5,8 milhões, alta de 2%. Com baixa na produtividade, a produção também perde volume e deverá fechar com -2,5%, saindo de 17,84 milhões de toneladas para 17,40 milhões.

Para a AgRural, a queda das cotações em Chicago, que saíram de US$ 14,50 para menos de US$ 9 por bushel, justifica, em parte, o resultado da análise. O recuo também se deve ao aperto no crédito que limitou recursos aos produtores do Centro-Oeste. Mesmo assim, o saldo é positivo em comparação com a safra anterior. Os estados que mais colaboraram com o decréscimo foram Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A produção estimada nesta projeção será de 61,8 milhões de toneladas, contra 60 milhões de toneladas divulgadas pela Conab para safra 07/08. Na primeira estimativa, a produção estava prevista em 64 milhões de toneladas. A redução resultou do corte na área cultivada, que passou de 22,58 milhões de hectares para 22 milhões de hectares e do ajuste na produtividade. Este último, revisto de 47,33 sacas por hectare para 46,83 sacas por hectare.

No Centro-Oeste, a falta de crédito, baixa perspectiva de lucros e dificuldades com a adequação à legislação ambiental diminuíram o apetite por novas áreas, principalmente em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Apesar de o segundo levantamento sinalizar aumento de 2,4% na área em comparação com a safra 07/08 na região, a significativa redução tecnológica - decorrente do racionamento de fertilizantes – deve resultar em produtividade de 50 sacas por hectare, ante 52,41 sacas por hectare na safra passada.

O crescimento de área está atrelado ao avanço sobre plantações de milho de Goiás, além de campos de algodão mato-grossenses.

Os bons preços da oleaginosa e o alto custo de produção do milho até o fim do mês de julho levavam o produtor da região Sul a optar por plantar mais soja em áreas de milho. De lá para cá, no entanto, as indicações da soja derreteram e os custos com fertilizantes tiveram leve retração, o que levou alguns produtores a repensarem a estratégia de negócios. Ainda no Sul, a redução em relação à primeira estimativa ficou em 250 mil hectares. Espera-se, todavia, crescimento de 7,8% na produção em comparação à safra anterior.

Isso se dá porque a área da safra atual supera a passada em 2,6%. Já a produtividade é 5,1% maior. No Sudeste, os novos cálculos ficaram muito próximos aos anteriores. Além disso, São Paulo e Minas Gerais apontaram aumento expressivo na área plantada. Tal ganho ocorre com a ocupação de áreas de milho e campos de cana-de-açúcar em reforma. A produção estimada é 4,5% maior que a última safra.

A despeito da estimativa de acréscimo de 6% na área, a produção nas regiões Norte e Nordeste se assemelhará à do ano anterior. A diminuição tecnológica, por fim, aponta recuo de 5% na produtividade, o que equivale a dizer que o ganho em área será sobreposto pelas perdas no rendimento.

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