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Levantamento Top 100 revela que 66% dos produtores de leite pretendem aumentar a oferta em 2004


O levantamento anual Top 100 da consultoria AgriPoint, realizado junto aos 100 maiores produtores nacionais de leite, revelou em sua terceira edição, que 66% dos participantes da pesquisa pretendem aumentar sua produção esse ano. Foi apontado ainda que 25% dos entrevistados pretendem manter o volume do ano passado, 4% esperam uma redução no volume produzido e 1% pretende paralisar as atividades. Entre os 4% restantes estão os indecisos, os que não responderam e os que não sabem.

A metodologia utilizada para a pesquisa foi o levantamento preliminar e a fase de checagem. Na primeira, a iniciativa foi divulgada no site www.milkpoint.com.br, visando receber contribuições do público-alvo do site. Foram cerca de 200 sugestões de fazendas que poderiam estar ranqueadas entre as 100 maiores, tendo como base uma produção mínima diária estimada de 4 mil litros.

Na fase de checagem, os produtores selecionados foram contatados individualmente para confirmação da produção e dos dados básicos (nome da fazenda, município, tipo de leite, laticínio para o qual comercializa o leite, etc). Um pedido de autorização para publicaçãoda pesquisa foi elaborado.

O critério utilizado foi a produção comercializada em 2003, em litros, e não a produção bruta, embora reconhecendo que esta arbitrariedade reduzirá, em maior ou menor grau, o volume produzido de leite em cada unidade produtora.

Nem a crise gerada no setor pelos problemas da Parmalat serviu para modificar a intenção dos otimistas, que inclusive apresentaram crescimento com relação a 2002, quando eram apenas 56%. "Esse resultado demonstra que os pesquisados acreditam que a crise gerada é passageira, além do que são produtores que já estão bem estabelecidos na atividade, o que justifica a intenção de crescer", analisa Marcelo Carvalho, diretor da AgriPoint e coordenador da pesquisa.

O Top 100, mais uma vez confirmou a liderança dos mineiros na produção nacional de leite, que inclusive aumentou sua participação para 45% contra 36% no levantamento anterior. São Paulo, que tinha 28 dos 100 maiores na pesquisa anterior, agora tem apenas 19, queda de 32,14%. O Paraná colocou 19 das maiores fazendas, seguido pelo Rio Grande do Sul, com cinco; Alagoas com quatro, Goiás com três e Rio de Janeiro, com duas. Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina tem um dos 100 maiores em cada Estado.

Carvalho atribui o avanço de Minas à crescente produção leiteira da região do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba onde grandes fabricantes lácteos e laticínios de médio porte captam leite. "Já o marasmo em que se encontra São Paulo é fruto, em parte, da substituição gradual das atividades por plantações de cana-de-açúcar e laranja" , explica o consultor.

Outra conclusão do estudo é que ocorreram poucos investimentos em novas fazendas de leite. "Prova disso é que 80% dos produtores presentes na pesquisa desse ano são os mesmos do ano anterior e que o primeiro novo nome aparece a partir da 49ª posição", conclui o diretor da AgriPoint.

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