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Liberação de milho transgênico deve demorar

Entre as dificuldades está a necessidade da realização de uma audiência pública


O engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo Edilson Paiva acredita ainda estar distante a definição da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) sobre a liberação do plantio de milho transgênico no país. Entre as dificuldades, segundo ele, está a necessidade da realização de uma audiência pública, que já está marcada para o próximo dia 20, para discussão sobre o assunto. "É bem provável que, a exemplo do mês de dezembro, algum tipo de liminar judicial impeça o andamento do processo, que se arrasta há vários anos."

Ele também destaca que o setor aguarda a sanção do presidente Lula à MP 327, que altera o quórum mínimo de votos para que a CTNBio aprove a liberação comercial de OGMs. Pela MP, as decisões devem ser aprovadas por, no mínimo, 14 dos 27 membros da comissão. Antes, era necessária a adesão de dois terços (18). "O Brasil tem a tecnologia para a cultura de transgênicos e não estão deixando usar. A não-adoção dessas ferramentas, a curto e médio prazos, irá afetar, em primeiro lugar, os mais pobres e, em segundo lugar, o meio ambiente", destacou Paiva.

O pesquisador fez uma palestra, na manhã dessa terça-feira (13-03), na Expodireto Cotrijal, onde abordou o tema "Perspectivas da cultura de transgêncios para o Brasil", na qual avaliou as aplicações e os benefícios do milho geneticamente modificado, sem deixar de lado seus aspectos éticos e científicos. Na opinião de Paiva, o momento para discutir essa questão é muito oportuno, uma vez que tanto agricultores como consumidores estão cada vez mais interessados em obter informações seguras a respeito dos alimentos transgênicos.

"A biotecnologia se desenvolve no mundo inteiro e a aceitação da transgenia no campo se amplia. A partir de debates mais aprofundados sobre o tema, a população fica mais bem informada e apaga velhos preconceitos ideológicos." Para ele, os OGMs podem melhorar a qualidade dos alimentos e aumentar a produção nacional, além de oferecer benefícios aos agricultores, como flexibilidade de tempo para aplicação de herbicidas, sutentabilidade, lucro e menor risco, controle mais efetivo de ervas daninhas e insetos e melhor conservação do solo e qualidade da água.

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