Liminar da Monsanto sobre o glifosato foi suspensa no PR
O uso do produto vem sendo alvo de disputas jurídicas no Estado do Paraná
O agricultor que está planejando o plantio da safra de verão e se prepara para comprar os insumos deve estar atento ao comprar agroquímicos que têm como princípio ativo o glifosato. A liminar que a Monsanto havia obtido para vender o glifosato livremente no Paraná foi suspensa e o uso desse produto sobre lavouras de soja transgênica continua proibido em todo o Estado.
O alerta é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que avisa os produtores e engenheiros agrônomos que receitarem o produto que podem ser penalizados em casos de uso incorreto do produto. O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, afirmou que agricultores e técnicos devem estar cientes sobre a legislação que envolve o uso de agrotóxicos no Estado.
O uso do glifosato vem sendo alvo de disputas jurídicas e por isso produtores e engenheiros agrônomos que assinam as receitas agronômicas devem conhecer a lei que regula e disciplina o uso e a comercialização de agrotóxicos no Paraná, avisou o chefe da Divisão de Fiscalização da Produção e Insumos, da Secretaria da Agricultura, Adriano Riesemberg.
Havia uma liminar, obtida pela Monsanto, que obrigava o Instituto Agronômico do Paraná (IAP) a liberar seus agrotóxicos para aplicação nas lavouras de soja sem quaisquer restrições. Ocorre que essa liminar foi suspensa e o uso do glifosato para uso em soja transgênica pós-emergente (depois de germinada) continua proibido no Estado.
A aplicação do glifosato é permitida somente para uso em lavouras de soja não-emergentes, antes da germinação. O produto é utilizado para matar as ervas daninhas. Quando utilizado sobre a soja transgênica, o glifosato mata todas as plantas invasoras, menos a planta principal (a soja) , que permanece intacta.
"Portanto, o agricultor não deve comprar o glifosato se o objetivo for a aplicação em lavouras de soja transgênica pós-emergentes (depois de germinadas)”, disse Riesemberg. Segundo ele, esse produto deixa resíduos nas plantas e a Secretaria da Agricultura está fiscalizando as lavouras, as receitas e recebendo denúncias sobre o uso indevido do glifosato. Técnicos do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária estão coletando amostras de grãos e enviando para análise.