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Livro discute causas e soluções para perdas pós-colheita na cadeia produtiva de hortaliças no DF

Estudos indicam que os níveis de perdas pós-colheita em hortaliças no Brasil são elevados


Foto: Marcel Oliveira

Estudos indicam que os níveis de perdas pós-colheita em hortaliças no Brasil são elevados. Além da perda quantitativa, representada pelo alimento que vai para o lixo, ocorrem perdas qualitativas que impactam o valor nutritivo, a aparência e o sabor desses alimentos. No caso do Distrito Federal, a situação não difere muito dessa realidade, com reflexos diretos na segurança alimentar e na sobrevivência econômica do produtor. No livro “Reflexões sobre perdas pós-colheita na cadeia produtiva de hortaliças”, disponível gratuitamente para download pelo link https://bit.ly/2DGy4Pz, a pesquisadora Milza Lana, da área de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) e o extensionista Antônio Carlos Banci, da Emater-DF, mostram que há caminhos para a redução dessas perdas.

As reflexões que norteiam o livro tiveram como base os projetos, em andamento, “Quantificação e recomendação para redução das perdas pós-colheita de hortaliças na produção primária e no mercado varejista”, e “Quantificação e proposta de ação para a redução de perdas de hortaliças do campo à mesa”, conduzidos pela pesquisadora, onde foram expostos os níveis e os fatores que originaram – ou reforçaram – essas perdas.

Embora no levantamento inscrito nas linhas dos dois projetos sejam consideradas diversas perspectivas relacionadas à questão das perdas, os autores do livro optaram por direcionar as discussões sob o âmbito da segurança alimentar. “A nossa abordagem procura ressaltar a importância de garantir à população o acesso à oferta diversificada de hortaliças de alto valor sensorial e nutricional a preços acessíveis, de manter a sustentabilidade econômica da atividade agrícola e da inserção do produtor rural no mercado”, assinala Lana. 

Segundo ela, a partir desse ponto de vista são colocadas em discussão as causas e as soluções para perdas pós-colheita na cadeia produtiva de hortaliças - o que é de interesse de todos os agentes dessa cadeia -, com foco na atuação do extensionista, por seu papel em conectar o agricultor com os demais elos da cadeia até chegar ao consumidor final do seu produto. “O livro discute como a gestão do estabelecimento agropecuário, a comercialização, a legislação, a organização dos produtores e o manuseio pós-colheita impactam as perdas pós-colheita de hortaliças”.

Seguindo a mesma linha de argumentação da pesquisadora, Banci observa que nesse contexto de “causas e soluções” a importância do extensionista pode ser dimensionada pela sua proximidade com produtor. Para ele, é preciso chamar a atenção para a relevância de uma assistência que não fique limitada à tecnologia de produção e ao crédito. “Por isso, ao produzir o livro, procuramos fazer algumas sugestões e recomendações no intuito de reforçar e aperfeiçoar o trabalho desses agentes”. 

Parceria

O livro “Reflexões sobre perdas pós-colheita na cadeia de hortaliças” é fruto de uma parceria que vem de longe entre a Embrapa Hortaliças e a Emater-DF e teve como pano de fundo a experiência compartilhada pelos autores em trabalhos junto a uma cooperativa de pequenos produtores que comercializam hortaliças para o mercado local.

“Há 20 anos dividimos atividades conjuntas com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos para que cheguem saudáveis nas gôndolas dos supermercados e quitandas, e o consumidor tenha um alimento de qualidade”, sublinha o extensionista, para quem o livro representa “um registro dessa vivência”.

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