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Logística estrangula avanço da produção de MT

Impacto negativo sobre agricultura será discutido em painel no dia 21 de agosto, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura


A cada safra, a sojicultura, principal atividade econômica do estado, perde US$ 1 bilhão devido à precária logística de escoamento de Mato Grosso. São divisas que deixam de circular no bolso dos produtores e que se evadem da economia estadual, cujo desempenho é diretamente atrelado à performance do campo. Esse gargalo projeta um cenário em que, em pouco tempo, não haverá mais condições de dar vazão à produção agrícola mato-grossense – que tem potencial de ampliação no volume de grãos de até 50% sem abrir um hectare sequer.

“A falta de logística consome a renda agrícola, o que leva as entidades do segmento a atuarem também na busca por soluções para o fim dos gargalos”, frisa o coordenador da Bienal dos Negócios da Agricultura, Ricardo Arioli Silva. A preocupação com o tema é tão grande que novamente o assunto integra a programação do evento, considerado o maior congresso técnico-científico do Estado, e focado na “Renda Agrícola” nesta edição.

Realizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) de 19 a 21 de agosto, a Bienal dedica uma manhã à logística. Das 8h às 9h30, será realizado um painel que busca entender a influência dos gargalos de logística sobre a produção agrícola. O vice-presidente Leste da Aprosoja, Marcos da Rosa, fará uma palestra sobre “As alternativas de Logística de Transporte em Mato Grosso: como o produtor se beneficiará?”. Em seguida, um painel de discussão será formado, coordenado pelo presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli – entidade parceria do evento.

Entre os debatedores, já confirmaram presença Paulo Capriolli, da Vale do Rio Doce, Luiz Antônio Pagot, diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Homero Pereira, presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), Fernando Antônio Brito Fialho, diretor geral da Antaq, e Biramar Nunes de Lima, Secretário Executivo da Câmara Temática de Infra-Estrutura e Logística do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

PREJUÍZOS – O impacto das deficiências de logística sobre a produção agrícola coloca em xeque o bom desempenho dos produtores, como revelam dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT). Como explica o presidente da entidade, Glauber Silveira, “o gasto com o frete, atualmente em torno de US$ 120 até Paranaguá (PR), consome 38 sacas de soja, ou seja, temos de colher 38 sacas apenas para custear o frete, fora os outros gastos com insumos, que são onerados justamente por conta do escoamento”.

Silveira revela que se o produtor conseguir economizar cerca de US$ 20 em frete por tonelada de soja escoada, Mato Grosso terá uma circulação de cerca de US$ 1 bilhão a cada safra – o que, ao longo de dez anos, resulta em US$ 10 bilhões. “Além das perdas diretas com o escoamento dos grãos, perdemos também no momento em que os insumos são adquiridos, pois os fretes contabilizam, além da distância, as condições de trafegabilidade”, pontua.

SAIBA MAIS – A Bienal dos Negócios da Agricultura é realizada em parceria com as associações dos produtores de soja (Aprosoja) e algodão (Ampa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Mais de mil participantes são esperados para o evento, incluindo os 500 maiores produtores rurais mato-grossenses.

Além do tema de logística, o evento coloca em debate outras vertentes do segmento agrícola e que também exercem influência sobre a renda do campo, como fertilizantes, gestão rural, mercado de commodities e sustentabilidade ambiental. As inscrições são feitas pelo site www.bienaldaagricultura.com.br até 17 de agosto. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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