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Lucro da Kepler Weber cresce 43,8% e vendas somam R$ 322 milhões


Mesmo com a demanda aquecida, o grupo Kepler Weber precisou recorrer a uma criteriosa gestão financeira para obter em 2003 um lucro líquido de R$ 20,3 milhões, 43,8% maior em relação ao exercício anterior. As medidas foram tomadas pela empresa em virtude do aumento do preço de insumos e pela impossibilidade de aceitar mais pedidos por causa da saturação da capacidade produtiva.

As vendas, que em 2002 foram de R$ 284 milhões, subiram ano passado para R$ 322,2 milhões, o que significa crescimento de apenas 13,3%, considerado baixo em virtude da grande procura por sistemas de armazenagens de grãos, setor que a empresa gaúcha lidera na América Latina.

"Estamos trabalhando com a fábrica de Panambi (RS) na capacidade máxima. Em 2004 devemos repetir este desempenho, acrescido da inflação e mais cerca de 5%. Só vamos mudar isso com a entrada em operação da nossa nova fábrica em Campo Grande (MS), que terá as primeiras entregas apenas em 2005", diz o presidente da Kepler Weber, Othon d’Eça Cals de Abreu, lembrando que a unidade possibilitará dobrar a produção, ampliando a capacidade de transformação de aço para 100 mil toneladas/ano.

A receita bruta do grupo foi de R$ 361,7 milhões, com um crescimento de 36,6%, bem maior, mas influenciado por vendas efetuadas em 2002 mas que foram faturadas apenas ano passado. O ebitda passou de R$ 39,1 milhões para R$ 42,158 milhões, o que significa uma variação de 7,7%.

Redução de custos

Com a impossibilidade de aceitar novos pedidos e pressionado pelos aumentos de insumos como o aço que achataram as margens, a saída foi adotar medidas de gestão para a redução de custos, adotadas no primeiro semestre e com reflexos na segunda metade do ano. Nos cálculos dos seis primeiros meses de 2003, o custo dos produtos comercializados foi de 81,3% sobre a receita líquida. No segundo semestre, baixou para 69,5%, fechando o ano com uma média de 74,2% - mas mesmo assim acima dos resultados de 2002 (70,2%) e de 2001 (68,3%).

Modelo energético

Dos R$ 361,7 milhões de receita bruta, 82% foram obtidos no mercado interno e 18% com exportações. No ano passado, o exterior representou 15% da receita da Kepler Weber. Dos mesmos R$ 361,7 milhões, 77% tiveram origem nas vendas de sistemas de armazenagem. Os restante se divide em outros segmentos como instalações portuárias, estruturas metálicas para o setor elétrico e de telecomunicações, fábricas de rações, cervejarias e maltarias.

Abreu diz que a única capacidade ociosa que existe hoje é no segmento de estruturas metálicas, aproximadamente metade da capacidade instalada de 1,5 mil toneladas por ano. A esperança é de que o novo modelo energético do Brasil também aumente a demanda, além de um contrato que está sendo negociado com o México.

Apesar da propalada disponibilidade de recursos oficiais, Abreu diz que o produtor, capitalizado pela valorização das commodities e escaldado por prejuízos dos sucessivos planos econômicos dos últimos anos, evita buscar recursos no sistema financeiro. "Há uma desconfiança do produtor com o sistema financeiro. em 2003, 72% das nossas vendas foram pagas com recursos próprios. E em média um empréstimo está levando 156 dias para ser liberado", diz Abreu, reclamando da burocracia. "Em 1999, 60% das nossas vendas foram feitas com financiamento da Finame. Em 2003, foi apenas 20%", afirma o diretor financeiro da Kepler Weber, Sérgio Sens.

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