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MA: Produção de peixe é sucesso em unidades piloto

Ele e mais 17 colegas da colônia de pescadores do município de Nova Iorque, no Maranhão


Jean Marcos Fernando de Sousa, 37 anos, é um pescador padrão do nordeste brasileiro: ganha menos de um salário mínimo por mês na atividade, anda de bicicleta e atravessa o período de defeso, que é de 15 de novembro a 15 de março, fazendo bicos para escapar melhor com a mulher e os quatro filhos.


Ele e mais 17 colegas da colônia de pescadores do município de Nova Iorque, no Maranhão, têm agora a oportunidade de mudar de vida, e para melhor. O grupo está participando ativamente do Projeto Boa Esperança, num braço no rio Parnaíba. Em nove dos doze tanques-rede da unidade demonstrativa, eles estão retirando, em média, 500 quilos de peixe das espécies tilápia e tambaqui, na primeira despesca que começou na semana passada.

Cada peixe pesa, em média, 900 gramas. A unidade demonstrativa piloto foi implantada há cinco meses. A produção, que entusiasma as famílias dos pequenos pescadores que vivem no entorno da represa de Boa Esperança, tem destino certo: os municípios de Paraibano, São João dos Patos e Pastos Bons, além de Nova Iorque, todos no Maranhão.

O peixe é vendido a R$ 6,00 o quilo, no atacado, e a R$ 7,00, nas feiras livres. Eles esperam faturar pelo menos R$ 25.000,00 nessa primeira despesca. A metade do dinheiro arrecadado será rateado entre os pescadores. A outra parte vai para a compra de ração, o nó que aperta as mãos dos pescadores, segundo o presidente da colônia, Valmir Moura de Oliveira, de 42 anos.

O grande desafio dos pescadores dos municípios de Nova Iorque e Guadalupe que participam do projeto, financiado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf e executado pela Embrapa Meio-Norte, gira em torno de três eixos: o preço da ração, hoje a R$ 1,60 o quilo; formar uma cooperativa e conseguir financiamento bancário para ampliar os tanques-rede.


Em Nova Iorque, a colônia quer dobrar o número de tanques-rede. Em Guadalupe, a meta é mais ousada: os pescadores querem passar de 12 para 32 o número de tanques-rede e elevar de 18 para 32 as famílias. Sem o aporte financeiro do sistema bancário, segundo o presidente da colônia, Francisco Vitorino, o Galego, de 56 anos, eles não têm como avançar.

A primeira despesca da unidade demonstrativa de Guadalupe, no Piauí, também na represa de Boa Esperança, é outro sucesso. Em nove dos 12 tanques-rede os pescadores estão retirando, em média, 4,5 toneladas de tilápia. A venda da produção obedece o mesmo padrão: R$ 6,00 o quilo, no atacado, e R$ 7,00, nas feiras livres. O peixe está sendo comercializado nos municípios de Antônio Almeida, no Piauí; São João dos Patos, Teresina e no próprio mercado público de Guadalupe.

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