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Maior cooperativa de café do mundo comemora a chuva

As chuvas intensas e frequentes sobre o parque cafeeiro mudaram o humor dos produtores


As chuvas trouxeram o otimismo de volta à Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, que ganhou, com o clima favorável, novo ânimo em relação ao comportamento do produto até o final do ano. As chuvas intensas e frequentes sobre o parque cafeeiro mudaram o humor dos produtores, que tiveram ainda outra notícia positiva: o maior interesse do mercado internacional de substituir os cafés colombianos e centrais pelo produto brasileiro.

"Lá fora nunca pararam de comprar café, e de agosto para frente a comercialização deve ser ainda melhor porque termina o período de férias e as indústrias começam a recompor os estoques para o inverno no hemisfério norte", diz Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé).

No mercado interno a perspectiva é a de que a intervenção do governo resulte na elevação dos preços. A Cooxupé participou de um pool de cooperativas que compraram o direito de vender ao governo 1 milhão de sacas de café arábica.

"A venda para o governo (a R$ 310 a saca) soluciona parte dos problemas, mas acredito que até o período de exercício da opção de venda o preço no mercado já terá superado o oferecido pelo governo", avaliou o presidente da Cooxupé. Para estimular as cotações de café o Ministério da Agricultura pretende ampliar os estoques governamentais e aguarda a aquisição do produto ser aprovada pelo Ministério da Fazenda.

Vislumbrando esse cenário mais otimista para o café, a Cooxupé aposta no seu crescimento e anuncia novos investimentos para manter sua consolidada posição de maior cooperativa de café do mundo. Com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a cooperativa está aplicando R$ 50 milhões na construção de uma nova indústria de café, além de três armazéns que, juntos, terão capacidade para receber 1 milhão de sacas de café em grão, e mais 18 silos, que irão armazenar 30 mil sacas de café a granel cada, totalizando 550 mil sacas por ano-safra.

Para a ampliação das suas operações, a Cooxupé já adquiriu um terreno de 556,6 mil metros quadrados - na última semana foi finalizada a terraplenagem em 80 mil metros quadrados - já prevendo a possibilidade de ampliações futuras. De acordo com Paulino, a unidade que vem sendo ocupada pela cooperativa já não é suficiente e não havia mais área para expandir. "Nesta safra (2009/2010) - que é menor devido a bianualidade - recebemos 3 milhões de sacas de café e 1,5 milhão destas sacas tiveram que ficar em armazéns alugados. Essa nossa construção vai eliminar o déficit, no entanto, não vai sobrar espaço para armazenamento", afirmou Paulino. Segundo o executivo, são altos os gastos atuais da cooperativa com a parte logística: armazenamento, transporte e manuseio do grão fora da cooperativa. "A terceirização fica muito cara", avaliou o presidente da Cooxupé.

A nova unidade ficará em um local estratégico, às margens da BR-491, no trevo que interliga as estradas para Guaxupé, Muzambinho e São Pedro da União, cidades localizadas no Estado de Minas Gerais. "Será o cartão-postal da cidade", disse Paulino. Cobrir a falta de armazéns será apenas a primeira fase da expansão que culminará com a construção de uma nova unidade industrial de café em Guaxupé. "Vamos ampliar a capacidade industrial, que hoje é de 10 mil sacas dia, e chegar a 15 mil sacas por dia", disse Paulino. A planta permitirá a troca do sistema de armazenagem em sacas de café pelo recebimento do grão a granel.

A estrutura da unidade deverá ser similar ao projeto piloto que a cooperativa inaugurou no núcleo de Monte Carmelo, na região do Cerrado Mineiro, em janeiro deste ano. "É necessário investir na parte industrial para não ficarmos defasados e perdermos competitividade", afirmou o presidente da Cooxupé.

Os produtores cooperados têm pressa para finalizar o projeto e a expectativa é de que toda a infraestrutura esteja pronta para receber a safra 2010/2011 que será cheia. No ano passado, quando a safra foi grande, a Cooxupé recebeu 4,6 milhões de sacas e a expectativa é de que o volume que será recebido no próximo ano seja maior.

Do total recebido pela cooperativa, 50% são exportados diretamente, 30% são vendidos para outros exportadores e o restante, em grande parte produto a granel, é direcionado ao mercado interno para torrefadoras. O volume total movimentado pela Cooxupé equivale a 13% do café arábica produzido no Brasil e a aproximadamente 20% do café cultivado no estado de Minas Gerais.

Índia

As exportações de café da Índia recuaram 21% nos primeiros sete meses do ano para 117.976 toneladas, ante igual período do ano passado, devido à redução da safra indiana e à demanda fraca. Os números foram revelados na sexta-feira passada por uma fonte da estatal Bolsa de Café.

As exportações de arábica declinaram 38% no ano para 22.728 toneladas, enquanto os embarques de robusta recuaram 12% no ano para 66.157 toneladas. A Índia é o maior produtor de café da Ásia e exporta cerca de dois terços de sua produção.

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