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Maior oferta de trigo no mercado do RS reduz os preços

A colheita do cereal no Rio Grande do Sul atinge 62% da área, segundo a Emater


Uma maior oferta de trigo no mercado gaúcho nesta semana fez os preços recuarem. Na região de Cruz Alta, onde 80% da safra foi colhida, o trigo pão está cotado a R$ 450 a tonelada e o brando, a R$ 420 a tonelada. "A queda é natural porque há mais trigo disponível neste início de safra, mas os preços vão subir", diz o cerealista Vitor Marasca sobre o fato de o Brasil ter produzido 50% menos trigo neste ano. Na região de Cruz Alta, a produção caiu 60% em 2006. No Paraná, onde a safra também é menor, os preços chegaram a R$ 550/tonelada no início da colheita, e agora se estabilizaram entre R$ 520 e R$ 530 a tonelada. Nessa quinta-feira (16-11), um corretor reportou negócio a R$ 510 a tonelada para lote de 2 mil toneladas na região de Cornélio Procópio.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), os paranaenses colheram 88% da área semeada com trigo até a o início da semana passada. Nesta sexta a Emater informou que no Rio Grande do Sul 62% do trigo já foi colhido. A comercialização da safra envolve pequenos volumes. Muitos produtores tendem a guardar o produto para vender na entressafra. A demanda por parte dos moinhos também não é expressiva.

Muitos têm estoque para alguns meses. Outros ainda avaliam como deve ser o mercado com a entrada da farinha argentina, taxada com imposto menor que o do trigo em grão, importado pelo Brasil. Mesmo as compras de trigo argentino estão travadas. Um trader conta que a briga entre os produtores argentinos e os setores moageiro e

exportador sobre o preço do trigo no mercado doméstico não compromete a oferta do produto para a exportação. "Quem quiser trigo encontra na Argentina, mas não há interesse de compra", diz o trader Walter von Muhlen Filho, da Serra Morena Os moinhos importaram até outubro um volume de trigo superior ao adquirido nos 12 meses de 2005.

Foram 5,303 milhões de toneladas, ante 4,988 milhões de toneladas de todo ano passado. Só em outubro foram 412,137 mil toneladas, 16% a menos que em setembro, mas 8,8% a mais que em outubro de 2005. Das 412,137 mil t adquiridas no mês passado, 365,308 mil t vieram da Argentina. O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira, estimou nesta semana que será preciso importar 7,9 milhões de toneladas de trigo no atual anosafra (agosto/julho), sendo seis milhões de toneladas da Argentina e 1,9 milhão de t dos Estados Unidos. Ainda segundo a Conab, o volume supera em mais de um milhão de toneladas o total importado na safra 2005/06, de

6,266 milhões de toneladas. Apesar do ritmo lento das compras neste período que antecede a oferta da nova safra argentina, Paulo.

A Conab corrigiu nesta semana sua estimativa para a safra brasileira de trigo. O País deve produzir 2,244 milhões de t e não 2,4 milhões de t estimadas em outubro. A produção é 50% menor que a de 2005, quando o país colheu 4,87 milhões de toneladas. Por causa da estiagem no início do ciclo e, depois, pelas geadas na fase suscetível da planta, a produtividade média das lavouras caiu 37,8. Já a área plantada na alguns traders avaliam que os preços no país, hoje entre US$ 190 e US$ 195 a tonelada, são "interessantes", pois a tendência é altista no mercado internacional.

Além da menor oferta mundial de trigo de qualidade, nas bolsas americanas o trigo tem acompanhado de perto o desempenho do mercado futuro do milho, impulsionado pela demanda do produto para etanol. Fora isso, o preço do produto argentino continua competitivo se comparado com o trigo americano. A diferença de preço para produto

colocado no porto de Santos é de aproximadamente US$ 30 tonelada em favor do argentino, estimou um trader de São safra 2006/07 caiu 25,9%, para 1,749 milhão de hectares. As informações são da assessoria de imprensa da Emater/RS.

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