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Maior preço da soja em trinta dias


Rumor de que a China cancelou compras do grão brasileiro causou alta de 1,9% em Chicago. Rumores de que a China cancelou importações de soja do Brasil, favorecendo os Estados Unidos, provocaram forte alta dos preços na Chicago Board of Trade (CBoT), elevando as cotações para os maiores patamares desde fevereiro. Os contratos futuros para o mês de julho foram negociados a 577,50 centavos de dólar por bushel (US$ 212,20 por tonelada), em alta de 1,9%. Na carona, as cotações do óleo subiram 1,8%, cotados a 21,37 centavos de dólar por libra-peso (US$ 471,12 por tonelada), e os preços do farelo fecharam em alta de 2,1%, cotados a US$ 171,70 por tonelada curta (US$ 189,26 por tonelada métrica). No Rio Grande do Sul, a saca de soja foi negociada a R$ 38, acima dos R$ 37,50 apurados ontem.

Os preços começaram a subir com as notícias de que a China teria cancelado a importação de 200 mil toneladas de soja do Brasil, transferindo o pedido para os Estados Unidos.

O cancelamento do carregamento teria ocorrido em razão do congestionamento do porto de Paranaguá (PR), principal canal de escoamento da safra brasileira.

Desde terça-feira, um protesto de caminhoneiros em Paranaguá, que reivindicavam aumento do valor da diária por tonelada da soja, atrapalhou o já lento escoamento da produção. No final da tarde de ontem, os caminhoneiros entraram em a-cordo com os representantes dos terminais portuários. Segundo informações da administração do porto, se não chover, as atividades devem ser normalizadas dentro de 72 horas.

Novas paralisações

Ontem, 6 mil veículos aguardavam para descarregar. A fila chegou a 120 quilômetros na BR-277, rodovia que dá acesso a Paranaguá. Para evitar novas paralisações no pátio de triagem, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), resolveu acabar com o convênio que repassava ao Sindicam a administração do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. Com a medida, o espaço volta a ser de responsabilidade governo estadual.

"Não vejo nenhuma justificativa adequada para o cancelamento das importações do Brasil", diz César Borges de Souza, da Caramuru Óleos Vegetais.

O empresário lembra que, recentemente, o Brasil obteve os tão almejados certificados que asseguram que a soja brasileira poderia ser comercializada em território chinês. O governo brasileiro deu garantias de que a soja exportada era segura para consumo humano e animal, apesar de conter variedades geneticamente modificadas.

O Brasil é o segundo maior exportador de soja à China, atrás dos Estados Unidos. Estima-se que o Brasil exporte algo entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão ao país asiático em soja só nesta safra.

A China se transformou num dos maiores mercados mundiais para a soja e seus derivados. O país passou a consumir mais óleo de soja para consumo humano, e farelo, utilizado na ração animal de aves e suínos. Desde outubro do ano passado, a China encomendou cerca de 17 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos e América do Sul, volume 65% maior em relação ao ano anterior.

Outro fator que ajudou a manter o mercado em alta é o relatório semanal de exportações, divulgado ontem pelo governo dos Estados Unidos. Embora os números estivessem dentro das expectativas do mercado, eles mostram que a demanda do grão continua aquecida. As exportações americanas totalizaram 327,6 mil toneladas. O mercado esperava algo entre 300 mil e 400 mil toneladas.

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