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Maioria dos produtores goianos adota vazio sanitário

Os sojicultores goianos destruíram as plantas voluntária após a colheita


Os produtores de soja de Goiás estão conscientes de que com a ferrugem asiática não se brinca. A doença, que já causou muitas perdas e danos desde que entrou no País, em 2001, é temida por todos. Exatamente por isso, as medidas estabelecidas em lei para seu controle têm tido apoio da maioria. Os sojicultores goianos destruíram as plantas voluntária após a colheita e estão respeitando o vazio sanitário, duas importantes determinações legais.

Dos 882 produtores de soja cadastrados no Estado, apenas um foi multado por não ter destruído a soja tigüera (ou guaxa), segundo dados da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Ele pagou R$ 2,5 mil de multa. Outros nove foram advertidos pelo mesmo motivo e, em seguida, cumpriram suas obrigações, evitando as multas. O prazo para a destruição das plantas voluntárias é de trinta dias após a colheita.

Na atualidade, praticamente não existem lavouras de soja em Goiás. Desde o dia 1º, os fiscais da Agrodefesa estão monitorando o cumprimento do vazio sanitário e ainda não encontraram nenhum caso de plantio não-autorizado. A proibição de plantio de soja na entressafra admite exceções, principalmente quando se trata de cultivo de soja para pesquisas de melhoria de sementes. Nesses casos, a lavoura é registrada e o proprietário assume o compromisso de monitorá-la permanentemente.

Este é o segundo ano da vigência do vazio sanitário, que vigora no Estado de 1º de julho a 30 de setembro. Segundo a Agrodefesa, apenas 216 ha de soja estão sendo cultivados nesta entressafra, todos eles cultivos autorizados. É pouco, mas o suficiente para fazer a chamada “ponte verde” para o fungo da ferrugem passar de uma safra para outra. Em 2005, quando ainda não havia a medida, cerca de 2,5 mil ha de soja foram plantados.

O principal objetivo do vazio sanitário é quebrar a viabilidade do esporo do fungo causador da ferrugem asiática, que é de até 50 dias. O efeito esperado não é o de erradicar a doença no Estado, mas o de retardar ao máximo suas ocorrências. Segundo a agrônoma Lílian Rosana Silva, do Programa Estadual de Prevenção e Controle das Pragas da Soja, o histórico da ferrugem mostra que ela estava aparecendo cada vez mais cedo, o que poderia inviabilizar a cultura no Estado.

A agrônoma ressalta que tanto a destruição das plantas voluntárias quanto o vazio sanitário são medidas importantes para o controle da doença, mas não resolvem o problema. Segundo diz, a principal medida de controle vai continuar sendo a aplicação de fungicidas. Retardar o aparecimento da doença é uma forma de garantir o desenvolvimento inicial das lavouras e de reduzir o número de aplicações de defensivos, dando viabilidade econômica para o cultivo da soja.

Ano passado, primeiro da validade das medidas da Instrução Normativa 001/2006, o vazio sanitário não garantiu o desejado retardamento das ocorrências da ferrugem asiática. O primeiro caso, segundo a Agrodefesa, foi registrado em novembro, no município de Chapadão do Céu. Lílian explica que alguns Estados vizinhos ainda não haviam estabelecido o vazio sanitário, o que contribuiu para as ocorrências também em Goiás. “A ferrugem propaga-se pelo vento, por isso seu controle é tão difícil. Ela já é uma epidemia no Brasil, devido à sua ocorrência generalizada e à sua severidade”, comenta.

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