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Mais de 25 mil bovinos no Mega Leilão deste sábado em MT

A tímida meta de comercializar 1009 animais está superada e 25 mil já estão nos currais


Mais de 25 mil machos e fêmeas de 140 lotes bovinos nos currais da Estância Bahia Leilões, em Água Boa, para o Mega Leilão que se realizará no próximo sábado. Esses números desafiam a crise que também assola a pecuária estadual.

Desde 2001, quando começou a ser realizado anualmente, o Mega Leilão de Água Boa (740 quilômetros a leste de Cuiabá) ganhou a chancela do Guinness Book, como maior evento mundial dessa natureza. Em oito anos, etapa por etapa, superou as marcas anteriores. Sua realização nessa semana é um duplo desafio enfrentado pelo seu dono e idealizador, o empresário e prefeito daquele município, Maurício Tonhá (PR).

O maior desafio enfrentado por Maurício Tonhá para manter o sucesso de seu evento, nesta edição, é a crise internacional. A região de Água Boa seguramente é a mais afetada pelo efeito dominó que fecha frigoríficos de bovinos em Mato Grosso. Plantas frigoríficas de grandes grupos baixaram as portas em Nova Xavantina, Canarana, Confresa e Vila Rica, na vizinhança do Mega Leilão.

“Os frigoríficos fechados requereram recuperação judicial, que nada mais é que o novo rótulo da moratória. Ou seja, empurram para dois, três anos a montanha de dívida que contraíram junto aos pecuaristas fornecedores, funcionários, fornecedores e o sistema tributário”. O pecuarista credor dos frigoríficos é o mesmo que arremata bezerros, bezerras, novilhas e garrotes na pista do Mega Leilão.

Evidentemente que o calote momentâneo dado por frigoríficos ao criador não atinge diretamente toda a cadeia dos pecuaristas. Também não quer dizer que o pecuarista que vendeu e não recebeu por seus bois de abate não tenha recursos e crédito para arrematar os lotes na pista do Mega Leilão que possam lhe interessar.

O outro desafio é o chamado inverno amazônico – época das chuvas na região – que compromete o transporte dos animais para o Mega Leilão e de lá para seus novos donos. “O inverno atrasou no (Vale do) Araguaia, e agora chove muito, mas estamos lutando juntamente com os pecuaristas para superar essa situação”, observa Maurício Tonhá.

RECORDES - O Mega Leilão é um velho colecionador de recordes. Em 2001, a meta de Maurício Tonhá era leiloar 10.001 animais, mas naquele ano o volume de vendas alcançou 12.861 cabeças. Em 2002, a previsão de 10.002 ficou bem abaixo do quantitativo alcançado: 17.040. Nos anos seguintes os números dispararam: em 2003, o martelo bateu para 17.073 bovinos, em 2004 para 19.843, em 2005 para 20.323, em 2006 para 20.476, em 2007 para 24.907 e no ano passado para 29.188 machos e fêmeas.

No Mega Leilão do ano passado, o volume comercializado foi de R$ 19,23 milhões. Ao longo de oito anos nenhum animal que entrou em pista deixou de ser arrematado. A meta para o próximo sábado é leiloar 1009 animais. Prudente, Maurício Tonhá não arrisca palpite, mas se sente realizado, pois em meio a uma crise sem precedente a curralama da Estância Bahia fechou o dia de ontem com mais de 25 mil animais. O abre e fecha da porteira dos currais, até amanhã, dirá se a marca dos animais em pista superará os anos anteriores. À batida do martelo se saberá o que a crise reserva para o maior leilão de bovinos do mundo.

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