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Mais de 60% da soja paranaense está estocada em cooperativas

Com preço em baixa, o produtor estocou a soja nos armazéns das cooperativas e se nega a vender


Com preço em baixa, o produtor estocou a soja nos armazéns das cooperativas e se nega a vender. Cerca de 6,6 milhões de toneladas do grão, equivalente a dois terços da safra colhida no Paraná, estimada em 9,9 milhões de toneladas, estão nos armazéns. O produtor alega que se vender a soja agora terá prejuízo. Enquanto isso está empurrando as dívidas para frente, à espera de um momento mais favorável para vender a soja.

Até o final da semana passada, o produtor de soja estava mais animado à espera de boas notícias. Havia a expectativa de melhora na comercialização com a divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), que poderia melhorar a comercialização. O mercado esperava uma redução na área de plantio de soja nos Estados Unidos, superior a um milhão de hectares. Com a possibilidade de menor oferta, a tendência seria de aumento nas cotações.

Mas o relatório frustrou as expectativas, ao divulgar uma estimativa de redução na área plantada com a metade do esperado. De acordo com o Usda, o plantio de soja nos EUA deverá ser reduzido em apenas 525 mil hectares. Após a divulgação do relatório, os preços que tinham reagido há cerca de um mês por causa da estiagem, desabaram. No início de março, a soja chegou a ser cotada em R$ 40,00 no Porto de Paranaguá. Ontem, estava cotada em R$ 28,50 a saca ao produtor e R$ 34,00 no Porto de Paranaguá. No Interior, no mercado de lotes, estava cotada a R$ 31,50.

Outras variáveis que podem interferir nas cotações deixaram de exercer sua influência. A estiagem que reduziu o tamanho da safra brasileira já foi absorvida pelo mercado e o câmbio não dá sinais de melhora, avaliou o assessor econômico da Organização das Cooperativas no Paraná (Ocepar), Flávio Turra.

Turra não acredita em alteração significativa nas cotações até o início de maio, quando se inicia o plantio da safra norte-americana. A partir disso, o agronegócio brasileiro vai ficar de olho nas previsões climáticas dos EUA, à espera de alguma alteração que possa mudar o mercado.

Com os preços atuais, o produtor não tem interesse de venda porque terá prejuízo. O produtor gastou entre R$ 30,00 a R$ 32,00 para produzir uma saca de soja, disse Turra. ""No Interior o mercado está parado. Os produtores que estão com compromissos financeiros vencendo, estão prorrogando o que podem"", avisou.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), até o início deste mês apenas 10% da safra de soja estava vendida. No ano passado, no mesmo período, 39% da safra já havia sido comercializada. No País, até o final do mês passado, havia sido exportada 35% da previsão de exportações de soja para este ano, quando no ano passado 75% da previsão de safra já havia sido escoada.

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