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Mais do que educar é preciso que cada um faça a sua parte

Afirma superintendente do SENAR em palestra do Cresce-MT


Em 2050, a população mundial vai crescer 31% e chegar a 9,7 bilhões de pessoas, sendo que a grande maioria vai morar nas cidades e terá uma melhoria na renda e na qualidade de vida. Com isso, a demanda por alimentos vai aumentar 70%, sendo que 40% devem ser produzidos no Brasil. "E qual é o papel da educação neste crescimento pela demanda por alimentos? O que teremos que fazer para garantir que conseguiremos superar este desafio?", indagou o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT), Otávio Celidonio, no painel "E o agro, o que tem a ver com isso?", durante o CRESCE-MT, realizado na sexta-feira (11).

"Vamos ter que produzir mais, em uma mesma área e nossa alternativa é aumentar a produtividade. Para isso, utilizaremos cada vez mais tecnologia que demandará profissionais capacitados. O SENAR-MT tem a competência para capacitar esta mão de obra, mas o desafio é que na maioria das vezes os trabalhadores não têm escolaridade para usufruir destes treinamentos, apontou Celidonio".

Só para se ter uma ideia, 53% dos analfabetos funcionais no Brasil estão empregados na agropecuária. No setor, apenas 4% dos trabalhadores têm formação superior. "O campo é uma indústria a céu aberto, muito mais complexa que outros tipos de indústria, pois emprega muita tecnologia, ou seja, exige gente preparada".

Celidonio destacou ainda que para 2017, o SENAR-MT tem como meta realizar mais de quatro mil treinamentos e qualificar mais de 50 mil pessoas para trabalhar no campo, desde agricultores familiares até colaboradores de grandes empresas rurais. "É um trabalho muito maior do que apenas capacitar. E para isso, precisamos engajar pessoas, produtores e empresas para transformar a educação. Este é o trabalho do SENAR-MT, engajar pessoas".

Para a filósofa Viviane Mosé, que também participou do evento, o maior desafio é uma educação voltada para a prática. Para ela, as escolas não podem ser "presídios" de alunos. "A gente aprende é na rua. No caso do campo, é vendo na prática. O maior desafio na educação ao meu ver e nisso o campo pode ajudar é que temos que voltar para uma educação para a vida e não há lugar melhor quando falamos em vida do que o campo. Não adianta educar pessoas para decorar assuntos que estão disponíveis na internet".

O professor Décio Zylbersztajn deixou a mensagem. "É muito importante olharmos a educação de base, porque a educação técnica se constrói em cima do conhecimento fundamental".

Evento - O CRESCE-MT contou ainda com o Teatro de Einstein e discussões sobre o papel do Governo no desenvolvimento da educação e de iniciativas privadas, como a Fundação Lemann.

No período da manhã, o evento teve a participação de alguns dos maiores especialistas em educação do país, como José  Pacheco, como Clemente Nóbrega, Celso Antunes e João Mattar. Esta foi a segunda edição do CRESCE-MT que teve como tema "Educação para um novo tempo".

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