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Mais verba para produtor de arroz do Sul


O governo deve anunciar neste domingo a liberação de mais verba aos arrozeiros gaúchos, que respondem por 48% da produção nacional. Em São Lourenço do Sul (RS), o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, participa da 13Abertura Oficial da Colheita do Arroz. Este ano, o País colherá 11,1 milhões de toneladas, 4,3% a mais sobre a passada, apesar da área 1,1% menor.

Os produtores gaúchos de arroz pediram semana passada, em reunião com representantes do governo, que fossem liberados R$ 200 milhões para Empréstimos do Governo Federal e Cédulas do Produto Rural. No ano passado, o montante usado foi de R$ 95 milhões.

Terceiros países

"Esperamos que sejam anunciadas medidas pelo ministro como os EGFs, Aquisições do Governo Federal (AGFs), contratos de opção e também a mudança na Tarifa Externa Comum", disse o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Shardong. A proposta é que a TEC passe de 11,5% para 19%. O temor dos arrozeiros é a entrada do produto subsidiado de terceiros países.

No encontro com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, os arrozeiros pediram ainda que sejam mantidos os leilões de contratos de opção de venda com possibilidade de recompra, implantados no ano passado. Segundo o secretário, esta medida não será anunciada amanhã pelo ministro porque o governo só deve lançar opções quando houver sinalização de queda de preço.

Hoje, o valor de mercado é de R$ 27 a saca de 50 quilos, segundo a Cogo Consultoria Agroeconômica, para um custo de produção estimado pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) de R$ 24,58. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não concluiu estudos de custo de produção, que vão balizar as medidas de apoio ao setor a serem anunciadas pelo governo.

"A tendência é que o governo disponibilize poucos recursos porque há restrição orçamentária e o mercado não exige grandes instrumentos", diz o consultor Carlos Cogo. Ele acredita que, durante a safra, o valor fique entre R$ 24 e R$ 25 a saca, sem grandes oscilações como no ano passado quando o preço flutuou de R$ 14 para R$ 31.

Plantio tardio

Wedekin também não espera queda de preço, apesar do início da safra porque, ao contrário de outros anos, neste a colheita será escalonada. Em 2002, com o excesso de chuvas no plantio, parte dos grãos foram cultivados tardiamente. Além disso, este ano será de aperto no quadro de oferta e demanda, com estimativa de estoques baixos de 900 mil toneladas. Hoje, os estoques são de 700 mil toneladas e há perspectiva de importação de 1,1 milhão de toneladas. O ritual da colheita será feito na Fazenda do Sobrado, de Ivany Serpa. O sobrado, do século XIX, pertenceu à família de Bento Gonçalves e hoje tem 16 hectares do grão.

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