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Manejo de solo no inverno influencia no resultado da soja em áreas de arroz

Agricultores podem correr riscos com estresses hídricos


 
Agricultores podem correr riscos com estresses hídricos no preparo somente perto do período pré-plantio

A soja na Metade Sul do Rio Grande do Sul já é uma realidade e a perspectiva é que esta tendência de aumento de área em regiões tradicionais de pastagens e cultivo de arroz continue. No entanto, é preciso a compreensão de que as formas de manejo necessitam de determinados ajustes para manter o bom rendimento das plantas.

Conforme o gestor de Marketing e Serviços da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), Dirceu Gassen, o pior cenário é abandonar as áreas no inverno e iniciar a preparação em setembro e outubro, meses com maior quantidade de chuva. Nessas condições, segundo o especialista, os riscos de perdas na produção, por estresses hídricos, tanto excesso quanto déficit, são maiores nas lavouras de soja conduzidas sobre solos tradicionais de arroz. "Cada vez mais, é necessário entender que os processos físicos e biológicos da fertilidade do solo tem importância equivalente aos processos químicos, com a adição de fertilizantes e calcário. A viabilidade da soja em áreas de arroz está na dependência direta de compreender a estrutura do solo e de fazer o nivelamento e cultivar plantas de cobertura, no outono e no inverno, semeando com qualidade em novembro", salienta.

Para Gassen, a base genética das cultivares e as indicações de fertilidade química do solo têm bases semelhantes e são conhecidas dos agricultores. As diferenças estão nos processos físicos e biológicos da fertilidade. Os solos estruturados tem 50% do volume em poros e armazenam até 25% de água, disponível para as raízes. Lembra que as áreas de cultivo de arroz sofrem intenso processo de aração, gradagens, nivelamento e passeio de máquinas. Com isso, esta combinação de preparo e de compactação com as rodas de tratores destrói a estrutura de aglomerados do solo, reduzindo os espaços livres para a armazenagem de água. O dirigente da Cooplantio aponta que estudos indicam que as áreas sob preparo convencional tem 84% da superfície do solo compactado com a passagem das rodas de tratores e equipamentos. 

De acordo com o gestor da cooperativa, deve-se considerar o peso do trator somado a força de tração de implementos, pois o espaço do rastro da roda do trator, reduz a capacidade de armazenar água para 2% do volume. "Aí está a diferença maior na limitação de produzir soja em áreas de arroz, pois, os solos desestruturados e adensados tem menor espaço entre partículas para armazenar água e para aeração. Nessas condições, os extremos entre o encharcamento e o déficit hídrico são muito próximos. A quantidade de água para encharcar o solo é pequena e a desidratação é rápida por falta de capacidade de armazenamento", explica.

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