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Mangas da Bahia começam a desembarcar nesta quinta no Japão


Chega nesta quinta-feira (27-01) ao Japão mais uma carga de manga brasileira. Produzidas em Juazeiro, no Vale do São Francisco (BA), as 5 toneladas da fruta seguem para o país asiático de avião, depois de percorrer 2,5 mil quilômetros de caminhão até o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A expectativa é de que uma segunda carga também chegue àquele país ainda esta semana, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As mangas do tipo “tommy” passaram por um rigoroso controle de qualidade para atender ao mais exigente mercado do mundo.

Há cerca de 32 anos de olho na abertura do cobiçado mercado nipônico, o produtor baiano já vinha se adaptando às exigências do mercado internacional. É o caso da fazenda Nova Fronteira, no município de Juazeiro (BA). Com 342 hectares plantados de manga e uma packinghouse (embaladora) com capacidade instalada para processar 200 toneladas/dia da fruta, a fazenda já exportava para os também exigentes Estados Unidos e Europa. “O mercado japonês é uma vitrine que, pela sua extrema exigência, dá aval para exportar a outros países”, disse o secretário de Agricultura da Bahia, Pedro Barbosa de Deus.

O japonês exige que a manga tenha uma coloração muito avermelhada e um ponto de maturação que se aproxime do grau quatro, que é o estágio mais maduro da fruta. As mangas não podem ter defeitos como arranhões, nem imperfeições de formato. Em um galpão extremamente limpo, os frutos são triados levando em consideração a pressão da polpa e o brix (concentração de açúcar). É na packinghouse, onde são lavados, embalados e engradados os frutos, que o processo revela maiores particularidades. Depois, são selecionados por tamanho, uma etapa que acontece mecanicamente, com o uso da esteira rolante.

A mudança mais marcante, entretanto, acontece no processo de lavagem. Para os Estados Unidos, a manga é mergulhada em água a uma temperatura de 46 graus durante 90 minutos. Já os japoneses querem que não só a água seja monitorada, mas a temperatura no interior do caroço. A temperatura de 46 graus deve ser mantida no interior do caroço durante cinco minutos. Para isso são colocados sensores em algumas frutas. O processo leva em média uma hora e meia. Todo este cuidado é para afastar ao máximo o risco de presença de ovos e larvas da mosca da fruta, uma praga que ainda não incidiu na ilha do Pacífico.

São ao todo três triagens e cerca de 24 horas de repouso até a manga ser embalada. As frutas viajam dentro de caixas forradas com espuma, são envoltas individualmente em redes macias e os espaços são preenchidos com papel de seda. Tanto trabalho justifica o custo de US$ 25 por caixa de seis quilos, incluindo aí a logística. Segundo o proprietário da fazenda Nova Fronteira, Nelson da Costa, o valor pago pelo comprador japonês é, no mínimo, o dobro do que paga o europeu e o americano. "Eles querem qualidade e não economizam para isto. A prova é que enviaram à fazenda Nova Fronteira, da Fruitrading, um fiscal japonês e um consultor em packing house mexicano só para acompanhar o processo, e sem despesa para o exportador", ilustra o empresário.

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