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Mapa altera prazo de plantio em Mato Grosso

A semeadura das lavouras deve ser feita entre 21 de outubro e 31 de janeiro


O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) alterou o prazo para plantio das lavouras de soja em Mato Grosso. De acordo com as novas regras para o zoneamento agrícola, agora a semeadura das lavouras terá de ser feita no período de 21 de outubro a 31 de janeiro.

A nova orientação revoga a portaria 136, veiculada em 22 de julho, e atrasa em pelo menos 30 dias o período de plantio da safra 2009/2010 no Estado, já que o ciclo de semeadura na região tradicionalmente começa a partir de 16 de setembro, após o término do “vazio sanitário” no dia 15.

O zoneamento é definido pelo Mapa e deve ser seguido para quem tem interesse no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e no seguro agrícola, que estão vinculados ao zoneamento, portanto ao novo período de semeadura.

De acordo com o Mapa, o zoneamento agrícola identifica para cada região a melhor época de plantio das culturas, por meio de análise de séries climáticas históricas do ciclo das cultivares e tipo de solo. O objetivo, segundo os técnicos, é minimizar os riscos de ocorrência de adversidades climáticas coincidentes com as fases mais sensíveis das culturas.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Cláudio Lazzarotto, acredita que fatores climáticos devem ter influenciado a mudança na recomendação do período de semeadura. “Nos últimos anos, principalmente de 2003 para cá, as chuvas foram irregulares e as perdas das lavouras muito grandes, estas influenciadas inclusive pela excessiva antecipação da semeadura por parte dos agricultores”, analisa.

Segundo especialistas, caso o início do plantio fique restrito a partir da última quinzena de outubro, a produção ficaria seriamente comprometida, já que algumas variedades de soja apresentam melhor produtividade se plantadas no começo do mês. “Quando o produtor compra a semente, já estabelece uma programação de plantio em função inclusive do cultivo da safrinha de milho ou mesmo o plantio do algodão”, afirma o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Ricardo Arioli.

Para definição do zoneamento, o governo federal leva em conta critérios como temperatura e umidade, mas, segundo especialistas, outros fatores também devem ser considerados, como a variedade da semente e o chamado “período juvenil”, que é o tempo de desenvolvimento vegetativo de cada planta. O produtor não é obrigado a cumprir o zoneamento, mas, caso não obedeça às regras, poderá não ter direito a financiamentos da safra – crédito oficial - ou seguro agrícola.

“Hoje, é difícil o produtor que tem condições de plantar e produzir somente com recursos próprios”, explicou o produtor e agrônomo Nivaldo Batista.

A questão do zoneamento agrícola é importante, conforme as instituições, pois os bancos o levam em consideração para o pagamento do seguro. Se o produtor planta o grão e têm perdas, só recebe o prêmio se faz o cultivo dentro do prazo estipulado, explicam os técnicos.

O zoneamento é feito de acordo com a altitude, temperatura e solo de cada região, estabelecendo para cada uma delas o período adequado para o melhor rendimento da planta e para orientar o sistema financeiro – bancos e seguradoras – na liberação dos créditos e cobertura dos riscos.

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